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Mídias sociais: um "megafone" para a revolução verde

Na busca por um mundo mais sustentável e socialmente justo, plataformas como Twitter e Facebook ajudam a amplificar as vozes globais que clamam por mudanças

Facebook (Getty Images/Rainier Ehrhardt)

Facebook (Getty Images/Rainier Ehrhardt)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 20 de junho de 2012 às 09h37.

Rio de Janeiro - Mais do que um instrumento para conectar amigos, profissionais ou, como sugerem os críticos, práticar o narcisismo, as redes sociais têm o poder de transformar o mundo. Ao conectar, a milésimos de segundo, num só clique, bilhões de pessoas de vários cantos do planeta, plataformas como Twitter e Facebook derrubam fronteiras e amplificam as vozes daqueles que clamam por justiça social e por um planeta mais sustentável.

Em casos de desastres climáticos essas mídias vão além e ajudam a reconectar pessoas. Quando o tsunami atingiu o Japão em março de 2011, populações inteiras ficaram offline, impossibilitadas de se informar sobre o paradeiro de alguém querido. No entanto, mais de 4,5 milhões de mensagens de várias partes do mundo correram o Facebook repercutindo a tragédia e mandando atualizações que, com o tempo, ajudaram a localizar pessoas no país.

Foi também a transparência das mídias sociais que serviu de pivô das revoltas populares que derrubaram ditaduras na Tunísia e no Egito no início daquele ano. No Brasil, as redes também foram (e continuam sendo) agentes de mobilização crítica que vão de encontro às decisões políticas importantes, como o novo Código Florestal e a construção da usina de Belo Monte, no Pará.

"Apesar de ser inimaginável o mundo sem redes sociais, elas não são novidades. Há séculos, desenvolvemos linguagem e sabíamos que a única maneira de aumentar nossa capacidade de sobrevivência era transmitir informação e conhecimento para outras pessoas", afirma o diretor de negócios do Facebook América Latina, Leonardo Tristão, que falou ontem no Rio+Social, evento que discutiu o papel das mídias para gerar mudanças boas. "Formamos grupos, criamos alianças, transmitimos um conhecimento, espalhamos rumores e fofocas, mas o poder que as historias têm de moldar a sociedade é a grande diferença do que vivemos hoje".

(Vanessa Barbosa)

Se há vinte anos, a pequena Severn Suzuki, então aos 12 anos de idade, conseguiu calar os líderes globais com um discurso emocionante durante a ECO-92, imagine como teria sido se ela contasse com as ferramentas de hoje na ociasião. "As mídias sociais são um megafone para aqueles que estão comprometidos em denunciar problemas globais e encontrar soluções em conjunto para eles", defende a canadense que retornou ao Brasil para participar do lançamento da Carta Brasileira da Terra, na Cúpula dos Povos, e acompanhar as discussões na Rio+20.

Em países muito pobres, um trunfo das redes sociais é a capacidade de unir sociedade civil, agentes públicos e órgãos internacionais. Exemplo que vem de Uganda, na África, onde a Unicef mantém o programa U-Report, que capacita jovens do país a reportar problemas nas suas comunidades usando celulares que são doados pela instituição.

"Eles compartilham observações e ideias sobre uma ampla gama de questões de desenvolvimento e problemas nas suas comunidades, como professores que não aparecem para dar aulas", contou o diretor executivo da Unicef, Anthony Lake, durante curta entrevista no Rio+Social. A transparência no reporte pressiona os governos a agirem. Em menos de um ano, a população de "U-repórteres" já conta com 89 mil jovens cadastrados, e diariamente de 400 a 500 se juntam à rede.

O projeto inovador da Unicef é fruto das possibilidades criativas das novas tecnologias. Na visão do empresário escocês Pete Cashmore, de 26 anos, a inovação em várias áreas do conhecimento é uma das formas de sanar os problemas do planeta, sejam os ambientais, sociais ou políticos. Para o criador do Mashable, site de referência sobre redes sociais, o segredo da inovação é a combinação de ideias. "Quanto mais as pessoas se comunicarem, mais inovador será o mundo", setencia.

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