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Mesmo com morte de líder, Farc informam que vão se manter armadas

Segundo o movimento, “a paz na Colômbia não nascerá de nenhuma desmobilização guerrilheira, mas sim da abolição definitiva das causas que fizeram surgir a revolta”

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O líder máximo das Farc, conhecido como 'Alfonso Cano', morreu na Colômbia, informou o Ministério da Defesa do país na sexta-feira (AFP)

O líder máximo das Farc, conhecido como 'Alfonso Cano', morreu na Colômbia, informou o Ministério da Defesa do país na sexta-feira (AFP)

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Renata Giraldi

Publicado em 7 de novembro de 2011 às, 07h22.

Brasília - O comando das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) informou que, mesmo após a morte de seu líder, Alfonso Cano, será mantida a mobilização da guerrilha. Em comunicado, as Farc informam que “a queda do camarada Cano simboliza a resistência do povo colombiano”.

O movimento acrescenta, na nota, que “a paz na Colômbia não nascerá de nenhuma desmobilização guerrilheira, mas sim da abolição definitiva das causas que fizeram surgir a revolta.”

Para o professor de ciência política da Universidade Pontifícia Javeriana, Pedro Valenzuela, a guerra entre as Farc e o governo do presidente Juan Manuel Santos não está perto do fim. “Tanto o governo quanto as Farc têm condições de continuar em guerra. Do contrário, já teriam buscado negociar sem combate, com diálogo. A guerrilha sofreu baixas importantes, mas tem estrutura militar, recursos e estratégias para seguir com mudanças no comando”, disse

O analista em conflitos e paz Victor de Currea Lugo acrescentou que o problema central é a intolerância presente nas duas partes do conflito. “A Colômbia é um país muito polarizado. O governo fala em entrega de armas e diz que as Farc chegaram ao seu ponto de inflexão. A guerrilha, por sua vez, não parece se ver assim. Ao contrário, eles mantêm o mesmo discurso combativo de antes e não apresentam pontos de diálogo”, acrescentou.

Para Valenzuela, as Farc querem manter sua ideologia e princípios. “As Farc são um movimento agrário. Eles querem a redistribuição de terras e vão querer sempre. Se o Estado não considerar esse ponto, não haverá abertura por parte do grupo.”


O professor disse ainda que há receio, por parte do comando das Farc, sobre a falta de segurança que pode ser enfrentada porque não há garantias jurídicas nem políticas que o grupo não possa sofrer ações de extermínio caso se reintegre à sociedade.

“Nos anos 1980 e 1990, vimos na Colômbia o extermínio, por paramilitares, dos integrantes da União Patriótica [partido ligado às Farc], logo após um processo de negociação de paz. Por isso, uma coisa é o Estado convidar à reintegração, outra coisa é oferecer garantias”, observou.

Paralelamente, a morte do líder das Farc faz surgir uma espécie de bolsa de apostas sobre quem o sucederá. Os palpites envolvem Timochenko, cujo nome verdadeiro é Rodrigo Londoño, e Luciano Marín Arango, conhecido como Iván Marquez.

Refugiado na Serrania del Perijá, na divisa entre a Colômbia e a Venezuela, Marquez era amigo de Cano e tem a experiência de 34 anos de guerrilha. Ele tem muita afinidade ideológica com os antigos líderes do movimento e já participou de processos de diálogo pela paz anteriormente.

Timochenko, o mais antigo membro do secretariado das Farc, é considerado por autoridades colombianas como o grande estrategista militar do grupo. Com informações da BBC Brasil.

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