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Merkel diz que buscará soluções para a crise migratória na cúpula da UE

A chanceler alemã, Angela Merkel, discorda do ministro do interior, que defendeu que imigrantes que pedem asilo sejam devolvidos na fronteira

Angela Merkel: a chanceler citou a imigração como um dos quatro grandes desafios dos líderes alemães e franceses (Jason Lee/Pool/Reuters)

Angela Merkel: a chanceler citou a imigração como um dos quatro grandes desafios dos líderes alemães e franceses (Jason Lee/Pool/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de junho de 2018 às 09h53.

Última atualização em 18 de junho de 2018 às 15h50.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, se comprometeu nesta segunda-feira a buscar soluções para a crise migratória em escala europeia e bilateral no Conselho Europeu de 28 de junho e a entrar em consenso com a União Social-Cristã (CSU) bávara, que integra o bloco conservador que exige restringir a entrada de refugiados.

"Estamos de acordo em continuar trabalhando conjuntamente para atingir o objetivo de melhorar a gestão da política migratória e de reduzir a chegada de refugiados", afirmou Merkel, para garantir que não apoiará "soluções unilaterais" em detrimento de outros parceiros comunitários.

A chanceler se pronunciou sobre a questão após as diferenças manifestadas nos últimos dias por seu ministro do Interior, Horst Seehofer (CSU), que em um pronunciamento quase simultâneo ao de Merkel insistiu em ameaçar fechar as fronteiras se não houver uma "solução europeia para a crise migratória".

Nesse sentido, o ministro, também presidente da CSU, afirmou que seu partido "apoia toda solução europeia, todo esforço" de Merkel para chegar a acordos neste âmbito.

No entanto, advertiu que, se não houver consenso na cúpula de líderes da UE no final de junho, aplicará controles restritivos nas fronteiras, pois a questão migratória não está "sob controle".

"Ou se atinge uma solução europeia, seja uma solução comum ou acordos com alguns países essenciais, ou será preciso agir em nível nacional", afirmou.

A chanceler expressou sua intenção de manter negociações com seus parceiros europeus para fechar acordos bilaterais e destacou que para isso precisa de um "governo operante e um forte mandato", que afirma ter recebido hoje da cúpula do seu partido.

Merkel antecipou que em 1º de julho fará consultas com seu partido em função dos resultados obtidos na cúpula do Conselho Europeu para continuar negociando depois com a CSU, ao mesmo tempo em que afirmou que neste sentido "não existe nenhum automatismo".

A chanceler alemã insistiu que o CDU e a CSU, que há décadas forma um grupo parlamentar comum e cuja cooperação está sendo seriamente ameaçada por suas diferenças dos últimos dias, "têm o objetivo comum de controlar e gerir melhor a imigração" e reduzir a chegada de requerentes de asilo à Alemanha.

Acrescentou que o CDU apoia a iniciativa de Seehofer de apresentar um plano sobre gestão da imigração.

Ao mesmo tempo, lembrou que ambos os partidos defenderam conjuntamente o pacote de medidas legais em matéria migratória na hora de negociar um acordo de coalizão com os social-democratas e afirmou que o CDU quer continuar trabalhando com a CSU.

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