Merkel diz que suspeita de espionagem dos EUA é grave
Se suspeitas de agente duplo forem verdadeiras, configuram uma clara contradição do que se espera da cooperação entre parceiros, segundo Merkel
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2014 às 08h29.
Pequim - A chanceler da Alemanha, <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/angela-merkel">Angela Merkel</a></strong>, disse nesta segunda-feira que as suspeitas de que um alemão trabalhava como agente duplo para o serviço de inteligência dos <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/estados-unidos">Estados Unidos</a></strong> são graves e, se forem verdadeiras, configuram uma clara contradição do que se espera da cooperação entre parceiros.</p>
O caso põe em risco as relações já estremecidas com os EUA, as quais tinham sido duramente testadas pelas revelações no ano passado de espionagem em larga escala na Alemanha por parte da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), dos EUA.
"Se as informações estiverem corretas, seria um caso muito grave", disse Merkel em uma entrevista à imprensa em Pequim, ao lado do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
"Se as alegações forem verdadeiras, seriam uma clara contradição quanto ao que eu considero ser cooperação confiável entre agências e parceiros." Até o momento a Casa Branca e o Departamento de Estado dos EUA não comentaram a prisão de um funcionário, de 31 anos, da agência de inteligência alemã BND.
Segundo fontes políticas e do setor de inteligência, o homem admite ter passado documentos para um contato dos EUA. Entre os dados estariam informações sobre um comitê parlamentar que examina as acusações feitas pelo ex-prestador de serviços da NSA Edward Snowden de que Washington realizou ampla espionagem na Alemanha, inclusive monitorando o telefone de Merkel.