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Merkel considera abertamente aliança com Verdes

As eleições deram uma clara vitória a Merkel, que obteve o melhor resultado em décadas para a CDU/CSU, mas deixaram sem cadeiras seus parceiros liberais

Angela Merkel: chanceler alemã parece decidida a demonstrar que tudo está em aberto e repetiu a abordagem feita uma semana atrás na rodada com o SPD (Odd Andersen/AFP)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 17h53.

Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel , deixou nesta quinta-feira a porta aberta para uma aliança com os Verdes, após uma rodada de conversas entre dois partidos diferentes mas que poderiam se tornar parceiros em um panorama inédito para um governo federal na Alemanha .

Três horas de "contagem" entre os 14 membros da delegação da União Democrata-Cristã e sua coligada União Social-Cristã da Baviera (CDU/CSU), por sete dos Verdes, deram um único resultado visível: a convocação para um segundo turno na semana que vem.

Na reunião não entrou-se no mérito dos "conteúdos", afirmou a copresidente dos Verdes, Claudia Roth, enquanto sua dupla à frente da formação, Cem Özdemir, insistia em que a reunião se tinha desenvolvido com ânimo "construtivo".

Os secretários gerais da CDU - Hermann Gröhe - e da CSU - Alexander Dobrindt - se pronunciaram de forma semelhante, ambos insistindo na palavra "cordialidade".

"O caminho para os Verdes parece um pouco mais longo que para os social-democratas", admitiu Dobrindt, cujo partido usou de clara hostilidade para com o partido ecologista na campanha para as eleições gerais de 22 de setembro.

As eleições deram uma clara vitória a Merkel, que obteve o melhor resultado em décadas para a CDU/CSU - 41,5% - mas deixaram sem cadeiras seus parceiros liberais, o que leva a chanceler a buscar outro aliado em um país sem tradição de governos em minoria.

Merkel parece decidida a demonstrar que tudo está em aberto e repetiu nesta quinta-feira a abordagem feita uma semana atrás na rodada com o Partido Social-Democrata (SPD), a formação com a qual governou em grande coalizão no seu primeiro mandato (2005/2009).


Também falaram na época aos jornais "Gröhe" e "Dobrindt" sobre cordialidade, enquanto seu colega do SPD, Andrea Nahles, apontava - como os Verdes - que não se entrou no mérito dos conteúdos.

A CDU/CSU e o SPD foram convocados para um segundo turno - na próxima segunda-feira - enquanto com os Verdes essa nova reunião vai acontecer um dia depois.

Dessas reuniões surgirá previsivelmente uma decisão a favor do SPD ou dos Verdes, já que também de forma coincidente se insistiu que não haverá negociações formais em paralelo.

O cenário entre ambas as rodadas de contagem foi quase idêntico e ambas aconteceram no território neutro que é a Sociedade Parlamentar Alemã, contra o Reichstag ou sede da câmara baixa.

No entanto, a situação dos aliados potenciais é diferente. O SPD saiu enfraquecido das gerais - ficou em 25,7% - mas sua cúpula se mantém intacta, salvo a retirada do que foi seu candidato à Chancelaria, Peer Steinbrück.

Os Verdes ficaram muito abaixo de suas expectativas - 8,4% - atrás da Esquerda - 8,6% - e sua cúpula ficou arrancada, à espera do congresso para sua renovação, na próxima semana.


Roth não vai a estar na nova cúpula, porque se recusou a tentar a reeleição, assim como vários de seus cargos, incluindo Jürgen Trittin, topo de lista nas eleições.

Parte-se do princípio que as afinidades programáticas da CDU/CSU com o SPD são maiores do que com os Verdes, mas também não está claro se será reeditada uma grande coalizão, já que a decisão deverá ser submetida às bases social-democratas.

A experiência da aliança no primeiro mandato de Merkel custou ao SPD uma forte perda de eleitorado e uma queda de mais de dez pontos nas gerais de 2009, onde que teve uma queda histórica de 23% .

Não se descarta uma rejeição a voltar a ser sócio membro da CDU/CSU por parte da militância social-democrata - 470 mil filiados - à qual a cúpula do partido pode propor coalizão.

Tanto Merkel como o líder da CSU, Horst Seehofer, foram à reunião com os ecopacifistas afirmando que a levavam a sério e que não era uma mera estratégia para "convencer" os social-democratas que têm uma alternativa, por mais arriscada e inexplorada que esta seja. EFE

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Os secretários gerais da CDU - Hermann Gröhe - e da CSU - Alexander Dobrindt - se pronunciaram de forma semelhante, ambos insistindo na palavra "cordialidade".

"O caminho para os Verdes parece um pouco mais longo que para os social-democratas", admitiu Dobrindt, cujo partido usou de clara hostilidade para com o partido ecologista na campanha para as eleições gerais de 22 de setembro.

As eleições deram uma clara vitória a Merkel, que obteve o melhor resultado em décadas para a CDU/CSU - 41,5% - mas deixaram sem cadeiras seus parceiros liberais, o que leva a chanceler a buscar outro aliado em um país sem tradição de governos em minoria.

Merkel parece decidida a demonstrar que tudo está em aberto e repetiu nesta quinta-feira a abordagem feita uma semana atrás na rodada com o Partido Social-Democrata (SPD), a formação com a qual governou em grande coalizão no seu primeiro mandato (2005/2009).


Também falaram na época aos jornais "Gröhe" e "Dobrindt" sobre cordialidade, enquanto seu colega do SPD, Andrea Nahles, apontava - como os Verdes - que não se entrou no mérito dos conteúdos.

A CDU/CSU e o SPD foram convocados para um segundo turno - na próxima segunda-feira - enquanto com os Verdes essa nova reunião vai acontecer um dia depois.

Dessas reuniões surgirá previsivelmente uma decisão a favor do SPD ou dos Verdes, já que também de forma coincidente se insistiu que não haverá negociações formais em paralelo.

O cenário entre ambas as rodadas de contagem foi quase idêntico e ambas aconteceram no território neutro que é a Sociedade Parlamentar Alemã, contra o Reichstag ou sede da câmara baixa.

No entanto, a situação dos aliados potenciais é diferente. O SPD saiu enfraquecido das gerais - ficou em 25,7% - mas sua cúpula se mantém intacta, salvo a retirada do que foi seu candidato à Chancelaria, Peer Steinbrück.

Os Verdes ficaram muito abaixo de suas expectativas - 8,4% - atrás da Esquerda - 8,6% - e sua cúpula ficou arrancada, à espera do congresso para sua renovação, na próxima semana.


Roth não vai a estar na nova cúpula, porque se recusou a tentar a reeleição, assim como vários de seus cargos, incluindo Jürgen Trittin, topo de lista nas eleições.

Parte-se do princípio que as afinidades programáticas da CDU/CSU com o SPD são maiores do que com os Verdes, mas também não está claro se será reeditada uma grande coalizão, já que a decisão deverá ser submetida às bases social-democratas.

A experiência da aliança no primeiro mandato de Merkel custou ao SPD uma forte perda de eleitorado e uma queda de mais de dez pontos nas gerais de 2009, onde que teve uma queda histórica de 23% .

Não se descarta uma rejeição a voltar a ser sócio membro da CDU/CSU por parte da militância social-democrata - 470 mil filiados - à qual a cúpula do partido pode propor coalizão.

Tanto Merkel como o líder da CSU, Horst Seehofer, foram à reunião com os ecopacifistas afirmando que a levavam a sério e que não era uma mera estratégia para "convencer" os social-democratas que têm uma alternativa, por mais arriscada e inexplorada que esta seja. EFE

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