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Mercosul e UE fecham cronograma de trabalho para 1º semestre

A delegação do Mercosul é presidida pela Argentina e a europeia, pelo Serviço Exterior e da Direção-Geral da UE

Após 20 anos de costura, o acordo foi fechado em 2019, mas acabou ficando paralisando por pressões do bloco do Norte sobre a área ambiental (mtcurado/Getty Images)

Após 20 anos de costura, o acordo foi fechado em 2019, mas acabou ficando paralisando por pressões do bloco do Norte sobre a área ambiental (mtcurado/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 8 de março de 2023 às 20h41.

Num comunicado conjunto que não dá pistas sobre os próximos passos exatos do andamento do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, os dois blocos anunciaram que fecharam um cronograma de trabalho ainda para este semestre. O acordo se deu após dois dias de reuniões, encerradas nesta quarta-feira em Buenos Aires, entre os negociadores-chefes dos dois lados, conforme informou neste dia 8 de março o Itamaraty.

A delegação do Mercosul é presidida pela Argentina e a europeia, pelo Serviço Exterior e da Direção-Geral da UE. As tratativas giram em torno de desenvolvimento sustentável nas áreas econômica, social e ambiental. "Diante do novo cenário político e econômico global, conscientes da importância estratégica do relacionamento birregional, ambas as delegações concordaram com a importância de intensificar o diálogo para chegar a um acordo mutuamente benéfico e equilibrado", trouxe a nota.

Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceu as eleições, em outubro do ano passado, o bloco europeu voltou a falar na retomada das tratativas do acordo comercial. Na terça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a tratar do tema.

Após 20 anos de costura, o acordo foi fechado em 2019, mas acabou ficando paralisando por pressões do bloco do Norte sobre a área ambiental - em especial sobre a forma com que o Brasil estava coordenando a proteção da Amazônia e o desmatamento.

O governo de Jair Bolsonaro, por sua vez, apontou que a inércia europeia se dava em função de protecionismo agrícola, principalmente na França.

Alguns deputados europeus alegam que o texto precisa ser alterado, mas, como registrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) logo após a primeira viagem de Lula ao exterior, para participar da COP-27, no Egito, a UE começou a fazer prognósticos de que o acordo poderia ser ratificado pelos parlamentos dos países envolvidos já em 2023.

O bloco europeu sugeriu apenas um documento adicional à tratativa já fechada em 2019 que conterá compromissos do Brasil - e do bloco do Sul - com a preservação do meio ambiente.

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