Mercosul e países da região condenam protestos no Equador
Em sua conta no Twitter, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, acusou a esquerda pelos movimentos
Reuters
Publicado em 13 de outubro de 2019 às 16h52.
Última atualização em 13 de outubro de 2019 às 16h54.
BRASÍLIA - O Mercosul e os presidentes do Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul (Prosul) declararam apoio neste domingo ao presidente do Equador , Lenín Moreno, e condenaram os protestos no país, avaliados como tentativas de desestabilização do governo.
Moreno vem enfrentando protestos em larga escala no país desde que aprovou uma lei que encerra um subsídio aos combustíveis de mais de 40 anos, dentro de um pacote de austeridade. As medidas foram tomadas depois que o país teve de apelar ao Fundo Monetário Internacional por um empréstimo de 4,2 bilhões de dólares.
"Respaldamos os esforços que o Governo do Equador realiza para manter a paz, a ordem pública e a institucionalidade democrática, utilizando os instrumentos que lhe outorga a Constituição e a lei; Condenamos os atos de violência e as tentativas de desestabilizar o país, sua institucionalidade e o processo democrático equatoriano.", diz a nota divulgada pelo Prosul.
O grupo formado por Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai e Peru, tem substituído a antiga União das Nações Sul-americanas (Unasul), praticamente desativada pela divergência entre esses países, a Venezuela e Bolívia.
"Ademais, rechaçamos qualquer ação externa destinada a alterar a ordem pública e a convivência pacífica no Equador", continua o texto, em uma referência as acusações de Moreno de que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, aliado ao ex-presidente equatoriano Rafael Correa estaria insuflando os manifestantes no Equador.
Também em nota conjunta, os países do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - manifestam apoio a Moreno, condenam os atos de violência do país e " saúdam disposição do governo do Equador e de setores representativos da sociedade equatoriana de iniciar diálogo com vistas à normalização da ordem no país."
Em sua conta no Twitter, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ressuscitou acusações ao Foro de S. Paulo para responsabilizar a esquerda pelos movimentos no Equador.
"A América do Sul está mobilizada em defesa da democracia no Equador, onde forças de esquerda, apoiadas na rede criminosa do Foro de S. Paulo (sic), com violência e vandalismo, tentam solapar o Presidente legítimo Lenin Moreno. A ameaça é continental, a resposta tem que ser continental", escreveu o ministro.
No sábado, Moreno decretou toque de recolher no país para tentar evitar novas manifestações. No mesmo dia, um dos grupos indígenas que lideram os protestos concordou em abrir negociações com o governo.
O toque de recolher foi parcialmente suspenso neste domingo. Índigenas e o governo também começam a negociar pela tarde um acordo para colocar fim à crise.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)