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Menor iraniano mantido em centro de imigrantes em Nauru faz greve de fome

O menor e sua família estão há cinco anos no centro que recebe imigrantes e refugiados que tentaram chegar na Austrália pelo mar

O menino iraniano é um dos mais de 100 menores de idade que são mantidos no centro para imigrantes em Nauru (Matt King/Getty Images/Getty Images)
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EFE

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 11h26.

Sydney - Um menino iraniano de 12 anos de idade está há quase duas semanas em greve de fome em um centro para imigrantes situado em Nauru, no Pacífico Sul, que é mantido pelo governo da Austrália , alertou nesta quinta-feira uma organização médica.

O menor está há cinco anos junto com sua família nessa remota nação insular do Pacífico Sul, onde a Austrália estabeleceu um centro para tramitar as solicitações de asilo dos imigrantes e refugiados que tentaram chegar ao seu território pelo mar.

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O governo australiano, que até o fim de 2017 dispunha de outro centro similar na ilha de Manus, em Papua-Nova Guiné, mantém como política alojar os solicitantes de asilo em um terceiro país.

"Ele (o menino iraniano) tem uma situação familiar difícil e se recusa a ingerir alimentos sólidos e líquidos há quase duas semanas", disse o presidente da organização Doctors for Refugees (Médicos para os Refugiados, em tradução livre do inglês), Barri Phataford, à emissora de TV australiana "ABC".

"Não quero dar muitos detalhes sobre sua condição médica, mas é muito evidente que, quando uma criança não quer comer ou beber por mais de duas semanas, é porque ela está profundamente deprimida", comentou o médico.

Phataford ressaltou que o menino, assim como outros tantos potenciais refugiados, "perdeu completamente as esperanças" de ser transferido para a Austrália.

O menino iraniano é um dos mais de 100 menores de idade que são mantidos no centro para imigrantes em Nauru.

Um porta-voz do Ministério do Interior da Austrália, que gerencia a migração ao país, não quis comentar o caso e lembrou que Nauru "tem uma ampla gama de serviços de saúde", que inclui médicos e psiquiatras, entre outros especialistas em saúde mental.

As mudanças para a Austrália são feitas de acordo com uma avaliação caso a caso e, por enquanto, não se sabe se o menino iraniano será um dos beneficiados.

Algumas agências das Nações Unidas e organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram a deterioração da saúde mental dos imigrantes, especialmente a dos menores, nos centros mantidos pela Austrália fora de seu território.

O governo australiano reativou em 2012 sua polêmica política de tramitar em outros países as solicitações de asilo e estabeleceu centros de registro e de processamento nas ilhas de Nauru e Manus, mas o desta última foi fechado em outubro do ano passado após uma série de decisões judiciais em Papua-Nova Guiné.

Estima-se que atualmente há 1.100 refugiados em Nauru, entre eles 120 menores de idade, enquanto 800 pessoas ainda esperam em Manus para serem transferidas para outros países, entre eles os Estados Unidos.

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