Homenagem às vítimas do tiroteio do lado de fora da Escola Primária Robb, em Uvalde, Texas (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 28 de maio de 2022 às 11h30.
Miah Cerrillo, 11, sobreviveu ao massacre em Uvalde, Texas, cobrindo-se com o sangue de um colega de classe e fingindo estar morta, enquanto ouvia gritos e tiros, contou à rede de TV CNN.
Miah, que, segundo a emissora, está tão traumatizada que não consegue falar com homens, descreveu o ataque realizado na última terça-feira por Salvador Ramos, 18, que matou 19 crianças e duas professoras na escola primária Robb, localizada em uma comunidade majoritariamente latina.
A turma de Miah assistia à TV com duas professoras em uma sala, quando foi avisada de que havia um atirador na escola, contou a menina. Uma das professoras foi até a porta e deu de cara com Ramos, que a acompanhou até o interior da sala, deu "boa noite" e atirou contra ela. Em seguida, o atirador abriu fogo contra a outra professora e as crianças.
VEJA TAMBÉM: Por que massacre no Texas não deve mudar lei contra armas nos EUA
Miah disse ter visto balas cruzando o ambiente ao seu redor. Segundo a CNN, fragmentos de munição atingiram a menina nos ombros e na cabeça.
Ramos se dirigiu à sala de aula vizinha e, em seguida, Miah ouviu mais tiros e gritos, até que as balas pararam e ela começou a ouvir "uma música triste".
VEJA TAMBÉM: Trump pede que cidadãos se armem contra 'o mal' após massacre no Texas
A menina contou que pegou o celular de uma professora, juntamente com um amigo, e telefonou para o serviço de emergências pedindo ajuda. Temendo o retorno de Ramos à sala, ela se cobriu com o sangue de um colega que morreu ao seu lado e se fingiu de morta.
Segundo a CNN, Miah disse que não consegue dormir e que está perdendo cabelo. Sua mãe, Abigale Veloz, iniciou na internet uma campanha de arrecadação de dinheiro custear um tratamento psicológico e médico. Na tarde de hoje, as doações ultrapassavam 270 mil dólares, com meta inicial de 10 mil.