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Membros da Al Qaeda são presos na Europa planejando atentado

Fernández Díaz destacou que os dois detidos de origem chechena "são pessoas extremamente perigosas" e eram os elementos "operacionais" do grupo

Homem ligado à Al Qaeda, identificado como MA, preso no sul da Espanha hoje: em 2012, foram detidas seis pessoas por suposta relação com o terrorismo islâmico (REUTERS)

Homem ligado à Al Qaeda, identificado como MA, preso no sul da Espanha hoje: em 2012, foram detidas seis pessoas por suposta relação com o terrorismo islâmico (REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2012 às 14h38.

Madri - Os três supostos membros da rede terrorista Al Qaeda - dois chechenos e um turco - detidos nas últimas horas no sul da Espanha com material explosivo estariam planejando um atentado em algum país da Europa, segundo informações do governo espanhol.

Em entrevista coletiva para explicar os detalhes do que qualificou como "uma das maiores investigações até o momento na Espanha contra a Al Qaeda em esfera internacional", o ministro do Interior do país, Jorge Fernández Díaz, assegurou nesta quinta-feira que há "claros indícios" de que os supostos terroristas planejavam um atentado.

Fernández Díaz destacou que os dois detidos de origem chechena "são pessoas extremamente perigosas" e eram os elementos "operacionais" do grupo.

O terceiro é um cidadão de nacionalidade turca que foi detido na província de Cádiz (Andaluzia) e atuava como "facilitador" da organização, dando cobertura e apoio aos terroristas.

As outras duas detenções aconteceram na cidade de Almuradiel, na província de Ciudad Real, a cerca de 200 quilômetros ao sul de Madri, em uma parada de uma viagem de ônibus que havia começado em Cádiz e tinha como destino a cidade de Irún, na fronteira com a França.

Um deles, revelou o ministro, ocupava um posto "muito importante dentro da estrutura da Al Qaeda ocidental" e conta com experiência na fabricação de explosivos e conhecimentos de franco-atirador, manipulação de venenos e formação em aviões ultrarrápidos teleguiados.

O suposto terrorista apresentou uma "resistência descomunal" ao ser detido, detalhou Fernández Díaz.

O ministro espanhol destacou também que o material explosivo que foi expropriado tinha capacidade para ser "especialmente lesivo" se estilhaços fossem acrescentados e poderia "destroçar um ônibus".


"Estamos diante de uma ameaça global da organização terrorista Al Qaeda. A Espanha não é mais ameaçada do que os demais países, que fique claro", ressaltou, em referência à possibilidade do planejamento de atentados tanto na Espanha quanto em outros países europeus.

O ministro também destacou que a Espanha tem "ampla capacidade para fazer frente à ameaça de terrorismo internacional" com seus aliados.

Desde 2001, ano do atentado de 11 de setembro nos Estados Unidos, mais de 500 pessoas supostamente relacionadas com grupos terroristas foram detidas na Espanha, segundo os dados do Ministério do Interior.

O maior número de prisões aconteceu em 2004, quando foram detidas 131 pessoas, em sua maioria ligadas aos atentados terroristas de 11 de março em Madri que mataram 191 pessoas.

Em 2012, foram detidas seis pessoas por suposta relação com o terrorismo islâmico.

Fernández Díaz destacou as últimas operações ocorridas na Espanha, enfatizando a que levou à prisão, em março, na cidade de Valência, de um homem de nacionalidade saudita conhecido como o "bibliotecário" da Al Qaeda.

De acordo com as forças de segurança espanholas, este homem era uma peça-chave da campanha de propaganda e captação de terroristas na internet e trabalhava no doutrinamento de radicais islâmicos e inclusive facilitava seu transporte ao Afeganistão e outras regiões.

No dia 27 de junho, a polícia prendeu na cidade de Melilla dois supostos integrantes de uma célula radical islâmica. Ambos foram acusados de torturar e assassinar outros dois membros do grupo que tinham decidido deixá-lo e também se desvincular da ortodoxia religiosa imposta. Apenas 15 dias depois, ambos foram libertados. 

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