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Meirelles: pacto contra guerra cambial é pouco provável

O presidente do BC acredita que discussões cambiais serão o foco das reuniões do FMI

Henrique Meirelles, presidente do Banco Central: `grande acordo que resolva todos os problemas não é provável´ (Chip Somodevilla/AFP)

Henrique Meirelles, presidente do Banco Central: `grande acordo que resolva todos os problemas não é provável´ (Chip Somodevilla/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2010 às 14h06.

Washington - O presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, estimou nesta sexta-feira ser desejável, embora pouco provável, o fechamento de um acordo entre países desenvolvidos e emergentes para enfrentar a chamada "guerra cambial".

"É desejável, (...) e espero que aconteça, mas não creio que seja provável em curto prazo", disse Meirelles, que está em Washington para participar das reuniões do FMI.

Meirelles estimou que o assunto dos "desequilíbrios cambiais no mundo" certamente dominará as discussões, uma vez que este se tornou "um problema importante" que deve ser colocado sobre a mesa para que possa ser solucionado. Ao mesmo tempo, lamentou que "um grande acordo que resolva todos os problemas não seja provável".

A grande diferença entre o crescimento dos países desenvolvidos e emergentes provocou uma avalanche de investimentos financeiros nas nações em desenvolvimento, cujas moedas, em consequência, se valorizou consideravelmente.

Diante desta situação, o ministro das Finanças do Brasil, Guido Mantega, cunhou a expressão "guerra cambial", que engloba problemas como a supervalorização do real, a desvalorização artificial do iuane e o preço do dólar e do euro.

Meirelles afirmou que o desequilíbrio atual é diferente de "crises cambiais do passado", que eram produto de "um câmbio controlado, moedas desequilibradas ou excesso de endividamento em dólar".


Além disso, estimou que um eventual acordo precisaria necessariamente passar por uma garantia de que "cada economia fará sua parte, criando seu próprio mercado consumidor e deixando de depender apenas das exportações".

Por fim, o pacto teria que ser estabelecido entre os Estados, e não imposto por uma instituição, estimou, indagado sobre a possibilidade de o FMI ou outra entidade tomar medidas neste sentido.

Meirelles garantiu que o Brasil "está cumprindo com sua parte muito bem", colocando em prática uma série de ações "para manter a economia equilibrada".

"Não temos um objetivo específico quanto ao tipo de câmbio, o que estamos fazendo é proteger a economia brasileira dos desequilíbrios que possam ser criados pela liquidez excessiva gerada por outras economias", acrescentou.

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