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Meia volta volver: Trump retorna à ofensiva na Síria?

ÀS SETE - O presidente dos EUA disse que anunciaria nesta quarta-feira sua resposta ao suposto ataque com armas químicas no fim de semana

Trump: o presidente chegou a cancelar uma viagem à América do Sul, onde iria ao Peru, e ameaçou o “Animal Assad” em sua conta no Twitter (Justin Sullivan/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2018 às 06h33.

Última atualização em 11 de abril de 2018 às 07h30.

Presidentes americanos são lembrados por suas ações em momentos de crise internacional. A partir de hoje, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, deve ter sua história marcada por como irá reagir em relação à Síria , onde o governo do ditador Bashar al-Assad é suspeito de ter bombardeado com agentes químicos a cidade de Douma, matando cerca de 40 pessoas no leste da região de Ghouta, no fim de semana.

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Trump chegou a cancelar uma viagem à América do Sul, onde iria ao Peru, e ameaçou o “Animal Assad” em sua conta no Twitter, afirmando que a Rússia e seu  presidente, Vladimir Putin, bem como o Irã, são culpados pelo ataquem, em virtude do apoio ao governo sírio. Na segunda-feira, disse que se anunciaria a decisão em 48 horas.

Autoridades ainda não confirmaram os detalhes do atentado por dificuldade de acesso à região, já que o governo impõe uma campanha de 8 semanas contra forças opositoras.

No entanto, há denúncias de ativistas da oposição, de agentes civis e de médicos — a Sociedade Síria-Americana de Médicos afirma que mais de 500 pessoas foram levadas a centros de saúde com sintomas que “indicam exposição a agentes químicos” e que crianças foram atingidas.

Se na última semana Trump havia dito que era hora de bater em retirada da Síria; agora, ele contempla a possibilidade de ataques aéreos frente ao que ele chamou de “uma atrocidade” do governo de Assad.

Há o risco de os Estados Unidos voltarem sua força militar ao país e continuar a transformar o país em um palco para exibição de poder internacional.

Ontem, um ataque aéreo deixou 14 soldados iranianos mortos na Síria e aumentou as tensões na região, com Rússia e Síria acusando Israel pela autoria.

Na semana passada, líderes de Irã, Rússia e Turquia se reuniram justamente para discutir a diminuição das tensões na região, o que agora parece um passado distante.

Não é novidade que Assad use armas químicas contra seus opositores, numa tentativa de reduzir as ofensivas e a moral das tropas rebeldes.

No ano passado, o uso de armas semelhantes levou a uma retaliação americana, quando Trump anunciou ataques a míssil. Barack Obama, não custa lembrar, caiu em descrédito quando não retaliou o uso de armas químicas por Assad.

Com a viagem cancelada e um olho na síria, Trump mantém o outro na investigação especial do FBI sobre sua candidatura, que nesta semana varreu o escritório de seu advogado pessoal, Michael Cohen — o que ele chamou de “uma desgraça” e de “um ataque contra nosso país”.

Problemas internos, tratados à exaustão pela imprensa americana, tendem a ser mais do mesmo no caótico governo Trump. A decisão sobre a Síria, não. Essa é importante de verdade.

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