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Médicos de 4 países criticam medidas econômicas da troika

Segundo os especialistas de Portugal, Grécia, Irlanda e Espanha, as medidas diminuem o acesso a serviços adequados de saúde e aumentam os casos de depressão


	Manifestantes protestam contra medidas de austeridade: dos quatro países, a Espanha é o único que não assinou acordo, mas aplica cortes públicos, inclusive na saúde
 (REUTERS/Paul Hanna)

Manifestantes protestam contra medidas de austeridade: dos quatro países, a Espanha é o único que não assinou acordo, mas aplica cortes públicos, inclusive na saúde (REUTERS/Paul Hanna)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2013 às 10h42.

Lisboa – Pesquisadores renomados da área de saúde e as associações médicas de Portugal, Grécia, Irlanda e Espanha estão divulgando nos quatro países carta aberta aos chefes de governo e de Estado e às autoridades sanitárias da Europa criticando as medidas econômicas prescritas nos programas de ajustamento econômico da Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI) – a chamada troika.

O documento avalia que o receituário da troika, de contenção de despesa e diminuição de investimento público, “têm importância crítica no campo da economia e dos sistemas de proteção social” mas não há “avaliações objetivas do impacto na saúde”; conforme prescrevem acordos e declarações seguidas pelos países membros da União Europeia.

Segundo os médicos dos quatro países, a crise econômica e as medidas recessivas “têm implicações bem conhecidas na saúde”, como diminuição de acessos a serviços de saúde apropriados, aumento de casos de depressão, maior suscetibilidade a doenças transmissíveis e agravamento de comportamentos de risco (tanto em termos de dependências químicas como em relação a atitudes de risco, em caso de doenças crônicas).

Dos quatro países, a Espanha é o único que não assinou acordo com a troika, mas segue o diagnóstico de cortar despesas públicas, inclusive na área de saúde. Em Portugal, relatório do FMI circula dentro do governo sugerindo o aumento do pagamento por serviços públicos de saúde e a extensão da cobrança a grupos da população até agora isentos, como as mulheres grávidas em cuidados do pré-natal e as crianças.

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