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Mediador da ONU no Iêmen renuncia e abandona o país

Diplomata Jamal Benomar apresentou sua renúncia ante a ONU após meses tentando encontrar uma solução política à disputa entre os huthis e o presidente Hadi

O então mediador da ONU para o Iêmen, Jamal Benomar, durante uma entrevista coletiva em 26 de fevereiro em Áden (AFP)

O então mediador da ONU para o Iêmen, Jamal Benomar, durante uma entrevista coletiva em 26 de fevereiro em Áden (AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2015 às 11h29.

Sana - O mediador da ONU no Iêmen renunciou e abandonou o país, onde a guerra entra em sua quarta semana, com a Arábia Saudita mais decidida do que nunca a vencer os huthis, os rebeldes xiitas apoiados pelo Irã.

O diplomata marroquino Jamal Benomar apresentou sua renúncia ante a ONU após meses tentando encontrar uma solução política à disputa entre os huthis e o poder encarnado pelo presidente Abd Rabo Mansur Hadi, tentando envolver os dois grupos em discussões políticas, apesar dos avanços dos huthis e de uma trégua jamais respeitada.

Segundo um comunicado da ONU publicado na quarta-feira à noite, Benomar, enviado especial para o Iêmen do secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, "manifestou seu desejo de mudar de destino". "Um sucessor será nomeado em breve", acrescenta o texto.

Um funcionário da ONU, que revelou à AFP que Benomar abandonaria seu cargo antes do anúncio oficial, explicou que entre os possíveis sucessores figurava o atual chefe de missão da ONU para a luta contra o Ebola, o mauritano Ismail Uld Sheikh Ahmed.

O Conselho de Segurança renovou sua confiança em Benomar na terça-feira, quando também adotou uma resolução que convocava os huthis a abandonar o poder e impunha um embargo armamentício, assim como sanções.

Segundo alguns diplomatas, Benomar estava sendo muito criticado pelos partidários de Hadi e por seus aliados do Golfo, sobretudo a Arábia Saudita.

Os países do Golfo acusam Benomar de ter sido enganado pelos huthis, que se comprometeram a entrar em negociações de paz enquanto seguiam avançando em sua ofensiva em terra.

No fim de março, pouco depois do início da campanha aérea no Iêmen, um funcionário de alto escalão diplomátido do Golfo expressou o desgosto dos países da região com a mediação de Benomar.

"Eles (os huthis) quiseram redesenhar o mapa político do Iêmen. Em certo sentido, foram encorajados por Benomar, e nós somos contra", disse o funcionário.

Os bombardeios prosseguem

Os huthis, que saíram de Sada, seu reduto no norte do Iêmen, no último verão, entraram na capital em 21 de setembro, antes de expulsar as autoridades leais ao presidente Hadi e iniciar a conquista do sul.

Depois de conquistar regiões do centro e do oeste, chegaram a Áden em 26 de março, no mesmo dia em que teve início a campanha aérea da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita.

Riad afirmou, após três semanas de guerra, que não tem nenhuma intenção de diminuir a pressão militar.

"Esta operação continuará até que todos os alvos sejam atingidos. Não pode haver meias medidas", afirmou na quarta-feira à noite o embaixador saudita em Washington, Adel Al-Khubeir.

Segundo a ONU, mais de 730 pessoas, em sua maioria civis, morreram desde o início da escalada do conflito.

Várias testemunhas indicaram que os bombardeios da coalizão foram retomados nesta quinta-feira sobre posições huthis em Áden, onde os rebeldes tentam avançar em direção a uma refinaria situada a oeste da cidade.

Enquanto isso, o vice-presidente iemenita, Khaled Bahah, exilado na Arábia Saudita como o presidente Hadi, convocou nesta quinta-feira as forças de segurança aliadas aos insurgentes xiitas a se unirem ao governo internacionalmente reconhecido para restabelecer a paz no país.

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