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"Me apoiem ou não corram o risco de não haver Brexit", diz Theresa May

Faltando menos de nove meses para o Reino Unido deixar a UE, líderes ainda estão profundamente divididos

Neste domingo, May pediu ao país o apoio a seu plano de "livre circulação de mercadorias" (Axel Schmidt/Reuters)

Neste domingo, May pediu ao país o apoio a seu plano de "livre circulação de mercadorias" (Axel Schmidt/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de julho de 2018 às 13h15.

Londres - A primeira-ministra britânica Theresa May alertou, neste domingo, seu partido dividido sobre a possibilidade de não haver "Brexit" caso seu plano de estabelecer uma relação próxima com a União Europeia (UE) depois de deixar o maior bloco comercial do mundo seja arruinado.

"Minha mensagem para o país neste fim de semana é simples: precisamos manter nossos olhos no prêmio", escreveu May no Facebook. "Se não o fizermos, corremos o risco de acabar sem Brexit."

Vinculando o destino do Brexit à sua própria sobrevivência de maneira tão explícita indica quão precária a posição de May permanece depois da crise que surgiu em seu governo e após ser criticada publicamente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito de sua estratégia para o Brexit.

Faltando menos de nove meses para o Reino Unido deixar a UE, em 29 de março de 2019, o país, a elite política e os líderes empresariais ainda estão profundamente divididos sobre a forma que o Brexit deve tomar.

Ao alertar que o próprio Brexit estaria em perigo, May envia uma mensagem áspera a dezenas de linhas duras do Brexit de que caso afundassem sua liderança, correriam o risco de desperdiçar a vitória de uma saída da UE com a qual sonham há décadas.

Alguns conservadores pró-Brexit temem que possa surgir um acordo que deixe a Grã-Bretanha firmemente vinculada às regras da UE e represente um Brexit apenas no nome.

O governo britânico também intensificou o planejamento do chamado "não acordo" Brexit, que poderia assustar os mercados financeiros e deslocar os fluxos comerciais para toda a Europa e além.

May disse repetidamente que o Brexit irá acontecer e descartou uma reprise do referendo de 2016, embora o presidente francês Emmanuel Macron e o investidor bilionário George Soros tenham sugerido que a Grã-Bretanha ainda pode mudar de idéia.

Buscando encontrar um equilíbrio entre aqueles que querem um Brexit suave e os que temem ficar muito perto da órbita da UE, May procurou, em 6 de julho, a aprovação de ministros para seus planos.

Depois de horas de conversações, May parecia ter conquistado seu gabinete, porém dois dias depois David Davis renunciou ao cargo de secretário do Brexit e, no dia seguinte, o ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson.

Neste domingo, May pediu ao país o apoio a seu plano de "livre circulação de mercadorias", dizendo que essa é a única opção para evitar minar a paz na Irlanda do Norte e preservar a unidade do Reino Unido.

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