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May pede aos EUA que não se isolem do mundo

Em discurso na Filadélfia, um dia antes de se reunir com Trump na Casa Branca, May pediu a "renovação da relação especial" entre EUA e Reino Unido

May: "Ter os EUA mais desafiantes, com uma confiança renovada, é algo bom para o mundo" (Mark Makela/Reuters)

May: "Ter os EUA mais desafiantes, com uma confiança renovada, é algo bom para o mundo" (Mark Makela/Reuters)

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EFE

Publicado em 26 de janeiro de 2017 às 21h31.

Washington - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, pediu nesta quinta-feira ao presidente Donald Trump para que os Estados Unidos não se isolem do mundo para evitar um "ofuscamento do Ocidente", e o aconselhou a "ter cuidado" com o líder russo, Vladimir Putin.

Em discurso na Filadélfia, um dia antes de se reunir com Trump na Casa Branca, May pediu a "renovação da relação especial" entre EUA e Reino Unido, mas ressaltou a importância das alianças multilaterais e pediu ao magnata que não se afaste dos problemas mundiais "quando as ameaças são reais".

"Com o presidente Putin, meu conselho é se relacionar com ele, mas ter cuidado", recomendou May, ao alertar sobre a crescente "assertividade" de Rússia e China "nos assuntos mundiais".

"Ter os EUA mais desafiantes, com uma confiança renovada, é algo bom para o mundo. Os Estados Unidos fortes e prósperos podem liderar no exterior. Mas não podem nem devem fazer isso sozinhos", afirmou May ao oferecer a ajuda do Reino Unido.

A primeira-ministra britânica ressaltou que, apesar da decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia (UE) com o chamado "Brexit", interessa que o bloco europeu "tenha sucesso", e que o governo britânico quer adotar um papel "ainda mais global e internacionalista".

"Os dias de Reino Unido e Estados Unidos intervindo em países soberanos em uma tentativa de refazer o mundo à nossa imagem e semelhança acabaram. Mas não podemos ficar de braços cruzados quando as ameaças são reais", considerou.

May defendeu o envolvimento em alianças como ONU e Otan - enquanto enfatizou a necessidade de reformá-las - e no combate ao Estado Islâmico (EI) dentro da coalizão liderada pelos Estados Unidos.

Também pediu que os EUA continuem a implementar o acordo nuclear firmado com Irã, Reino Unido e outros quatro países, e que foi duramente criticado por Trump.

"O acordo nuclear foi polêmico, mas neutralizou a possibilidade de os iranianos adquirirem uma arma nuclear durante décadas", argumentou May.

A líder britânica destacou que o Reino Unido "sempre olhou além da Europa", e que tem especiais "laços de afinidade, língua e cultura com os Estados Unidos".

"Estou encantada que o novo governo (americano) tenha transformado o novo acordo comercial entre os nossos países em uma de suas prioridades", sustentou May, ao lembrar que esse tratado "deve funcionar para ambos os lados e servir os interesses mútuos".

Trump disse hoje, em outro discurso na Filadélfia, que negociará "muitos acordos comerciais" internacionais, mas de "um em um", e espera-se que nesta sexta-feira converse com May na Casa Branca sobre os contornos de seu novo tratado bilateral.

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