'Democracia é um valor fundamental', diz Mauro Vieira sobre tentativa de golpe na Bolívia
Alexandre Padilha também falou sobre tentativa de golpe e afirmou que diplomacia brasileira teve postura "firme" frente ao episódio
Agência de notícias
Publicado em 27 de junho de 2024 às 11h45.
Última atualização em 27 de junho de 2024 às 11h45.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quinta-feira, 27, que a'democracia é um valor fundamental' e que tentativa de golpe na Bolívia é 'inaceitável'.O presidente do país, Luis Arce, nomeou um novo comando militar horas depois denunciar "mobilizações irregulares" de militares em frente ao Palácio Quemado, a sede presidencial em La Paz, na Praça Murillo.
"A democracia é um valor fundamental para o Brasil como reafirmamos ontem ao rechaçar a inaceitável tentativa de golpe de Estado na Bolívia", afirmou Mauro Vieira durante reunião do Conselhão, no Palácio do Itamaraty.
O ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, agradeceu a postura "firme" da diplomacia brasileira frente ao episódio e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Mauro Vieira tiveram "posição decisiva" para apoiar as forças democráticas.
"Agradecer a postura firme da diplomacia brasileira e do presidente Lula no fato recente de ontem onde mais uma vez a democracia na América Latina esteve em risco e a posição do presidente Lula e do ministro Mauro Vieira foi decisiva para apoiar as forças democráticas na Bolívia. Dizer que não aceitamos mais ditaduras e golpes na América Latina.
Em nota, o governo brasileiro condenou na quarta-feira, "nos mais firmes termos", a tentativa de golpe de Estado em curso na Bolívia. O cenário envolve mobilização irregular de tropas do Exército, "em clara ameaça ao Estado democrático de Direito no país".
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No comunicado divulgado pelo Itamaraty, o governo brasileiro manifesta seu apoio e solidariedade ao presidente Luis Arce. A nota destaca que há interlução permanente com as autoridades "legítimas" bolivianas e com os governos dos demais países da América do Sul. A ideia é rechaçar o que é considerado uma "grave violação da ordem constitucional" no país vizinho.
"Esses fatos são incompatíveis com os compromissos da Bolívia perante o Mercosul sob a égide do Protocolo de Ushuaia ", diz a nota, referindo-se à possibilidade de o país ser punido por violar a ordem democrática.
A situação política na Bolívia pode interferir na agenda de viagens internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de participar da reunião de presidentes do Mercosul, no dia 8 de julho, a previsão é que Lula vá àquele país, para um encontro com o presidente Luís Arce.
Os bolivianos estão a um passo de se tornarem membros plenos do Mercosul. Seu ingresso no bloco foi aprovado, no fim do ano passado, pelo Senado brasileiro. Porém, o país pode ser suspenso por violação da democracia.
Pelas redes sociais, Lula também declarou apoio a Arce.