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Marina Silva lidera movimento por troca de comando no PV

A legenda, segundo a ex-candidata à presidência, não pode ter "donos"

Movimentação de Marina vai contra os interesses de José Luiz Penna, que está há 12 anos na presidência do partido (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

Movimentação de Marina vai contra os interesses de José Luiz Penna, que está há 12 anos na presidência do partido (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2011 às 11h39.

São Paulo - Após deixar o PT e concorrer às eleições presidenciais pelo Partido Verde, ex- senadora Marina Silva lidera um movimento para renovar a direção do PV. Na quinta-feira à noite, ela alertou que a legenda não pode ter "donos" e disse que não pretende sair do partido.

Com a bandeira de quase 20 milhões de votos, Marina reuniu perto de cem lideranças do PV em São Paulo, incluindo oito dos 14 deputados federais, presidentes de diretórios estaduais e candidatos a governador derrotados nas eleições do ano passado, como Fábio Feldmann (SP).

No movimento autodenominado "Transição Democrática", todos os discursos apelaram por democracia na legenda, presidida há 12 anos pelo deputado José Luiz Penna (SP), ausente da reunião.

"Que tal fazermos a reforma política, começando pelo nosso próprio partido", discursou Marina, ao dizer que trata-se de "um processo generoso e sem donos", enquanto esclarecia que não quer cargos na direção.

Em artigo divulgado em seu portal também na quinta, a ex-senadora se voltou contra o comando da legenda. "Não creio que o aprofundamento da democracia possa ser feito através da supressão, mesmo que temporária, da pouca democracia ainda existente."

No texto, ela afirma seu desejo "de ficar neste Partido Verde contribuindo para o seu crescimento e qualidade política", apesar das especulações de que todo o grupo trabalha com a ideia de fundar uma nova legenda.

Em tom bem acima do de Marina, Fernando Gabeira, candidato derrotado ao governo do Rio e um dos históricos do partido, afirmou no ato que o PV "não pode ser feudo de ninguém" e disse que a única atividade do comando e "é sentar em cima da bandeira do partido".

Ainda assim, na saída, disse a jornalistas que pretende atuar como ponte entre os dois lados. "Num partido de 25 anos, no primeiro arranca-rabo vamos dizer que vamos embora?", questionou.

Um dos mais incisivos do grupo, o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) acusou a direção de exercer um "clima de truculência e intimidação generalizada".


O grupo tem pressa. Tendo em vista a eleição municipal do ano que vem, pretende realizar uma convenção no máximo em agosto. Para isso, luta contra a aprovação pela direção nacional, neste mês, da prorrogação do mandato de Penna por mais um ano.

O secretário do Verde do município de São Paulo, Eduardo Jorge (PV), já foi citado pelo prefeito Gilberto Kassab como uma das opções de seu novo partido, o PSD, para concorrer à sua sucessão em 2012.

O grupo pretende realizar ainda uma campanha de filiação e um recadastramento dos atuais filiados e defende também eleição interna para diretórios estaduais.

Banho

O ato foi realizado em uma ampla casa na Vila Madalena, região oeste de São Paulo, que possuía uma piscina logo atrás dos sofás e cadeiras onde se acomodaram os verdes. Em meio aos discursos, Fábio Feldmann perdeu o equilíbrio e caiu na água. Ele deixou o local e pouco depois retornou com roupa trocada.

"Foi o batismo da democracia", disse Marina.

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