Militante do PV envolvido em quebra de sigilo será expulso
Membro do PV teria falsificado uma procuração da filha de José Serra; segundo Marina, caso sua participação seja comprovada, ele será expulso
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - A candidata à Presidência da República pelo Partido Verde, Marina Silva, comentou hoje a acusação de envolvimento de um militante de seu partido no escândalo de vazamento de dados fiscais sigilosos da filha de José Serra.
Segundo Marina, o partido está apurando o caso e deverá expulsar o militante, caso fique comprovada sua participação na falsificação de uma procuração de Verônica Serra, para que seus dados pudessem ser retirados da Receita Federal.
"Nós lamentamos que um militante do PV esteja envolvido neste episódio. O partido está buscando todas as informações e, caso seja comprovado o envolvimento dele, ele será expulso", afirmou Marina.
O acusado é Ademir Estevam Cabral, apontado por Antônio Carlos Atella Ferreira como a pessoa que teria entregado a procuração e solicitado o serviço de retirada dos dados de Verônica Serra da agência da Receita Federal em Mauá (na Grande São Paulo). Atella é contador e foi identificado como a pessoa que apresentou a procuração falsa para ter acesso às informações fiscais da filha do candidato do PSDB.
Em entrevistas recentes à imprensa, ele disse não saber que a assinatura de Verônica e o reconhecimento de firma do cartório na procuração eram falsos. O contador apontou ainda Cabral como um espécie de office boy, que teria repassado a procuração a ele e contratado o serviço. Cabral, segundo Marina, é filiado ao Partido Verde desde 2007.
A candidata aproveitou a oportunidade, em uma sabatina com alunos de 14 a 17 anos de uma grande rede de escolas particulares, para dizer que espera que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dê explicações sobre a crise institucional pela qual a Receita Federal vem passando.
"Isso [a quebra de sigilos] não pode ser corriqueiro. Mais de 140 pessoas tiveram seus sigilos violados e isso não pode ser normal. Os funcionários da Receita Federal têm carreira de Estado justamente para evitar esse tipo de descontrole", finalizou a candidata.
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