Coreanas que foram escravizadas sexualmente por tropas japonesas: "vamos continuar a lutar até o final" (Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2015 às 08h08.
Seul - Centenas de manifestantes sul-coreanas se uniram nesta quarta-feira a duas mulheres forçadas à prostituição pelo Exército japonês durante a ocupação da Coreia para condenar um acordo com o Japão cujo objetivo é resolver um problema decorrente do tempo da guerra, que tem abalado as relações entre os dois países.
As duas "mulheres de conforto", um eufemismo usado para denominar as mulheres forçadas a trabalhar em bordéis militares japoneses no tempo da ocupação da Coreia, criticaram o governo por ter concordado com o Japão, na segunda-feira, em pôr um ponto final na questão, de modo “irreversível”.
"Não se pode confiar no governo", disse uma das mulheres, Lee Yong-su, de 88 anos.
Yong-su declarou que ela e outras sobreviventes não foram consultadas pelas autoridades que negociaram o acordo. "Vamos continuar a lutar até o final", disse.
Ela e os outros manifestantes, incluindo estudantes, parlamentares da oposição e ativistas cívicos, estão exigindo um sincero pedido de desculpas do Japão e a compensação formal para as vítimas.
"Nós não fizemos nada de errado", disse Yong-su. "O Japão nos levou a ser mulheres de conforto e ainda tenta negar seu crime." Pelo acordo, o Japão estabelecerá um fundo para ajudar vítimas sobreviventes, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, renovou um pedido de desculpas. Os Estados Unidos, que desejam ver seus aliados asiáticos manterem relações melhores, elogiaram o acordo.
Nesta quarta-feira, os manifestantes se espalharam pela rua diante da embaixada do Japão em Seul e se concentraram em torno de uma estátua de bronze de uma adolescente descalça, simbolizando as mulheres obrigadas a se prostituírem nos bordéis japoneses.