Manifestantes protestam contra reforma trabalhista na França
Apesar da sequência dos atos contra a reforma, o presidente da França, François Hollande, reiterou hoje que seu governo irá até o fim com o projeto
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2016 às 16h33.
Paris - A décima manifestação contra a reforma trabalhista na França foi realizada nesta quinta-feira sem incidentes na Praça da Bastilha, em Paris, onde dezenas de milhares de pessoas protestaram contra a mudança da legislação e defenderam seu direito de organizar atos públicos nas ruas do país.
Horas antes da concentração, que começou às 14h locais (9h em Brasília), policiais fecharam todas as vias de acesso à emblemática praça para garantir que os manifestantes não entrassem com objetos que poderiam ser usados como armas, nem máscaras ou acessórios, como cachecóis e lenços, que servissem para esconder seus rostos.
Para isso, foram enviados 2.200 agentes para a região, distribuídos em várias barreiras policiais pelas quais os manifestantes deveriam passar para chegar ao local. Em cada uma delas, eles revistavam bolsas e mochilas levadas pelos participantes do ato, chegando a prender 95 pessoas por carregarem objetos que poderiam gerar confrontos ou distúrbios violentos.
O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneveu, comemorou em entrevista o "ótimo" transcurso do protesto, graças ao "compromisso entre o direito de se manifestar e o direito de garantir segurança".
Os que passavam pelas barreiras policiais garantiam que estão decididos a lutar até o fim para evitar que essa lei seja aprovada, já que ela é considerada por eles como "inaceitável" e "não possível para futuro do nossos filhos", disse à Agência Efe Véronique Arfi, mãe de três filhos, e que trabalha no serviço de coleta de lixo.
Arfi convocou outros trabalhadores a se unir às manifestações. "Tem que haver mais gente. Todos têm que estar aqui. Fazer greve não é ficar em casa, simplesmente. É vir para a rua", afirmou.
O militante Cédric Dematte destacou que, além de protestar contra a lei laboral, foi à Praça da Bastilha para criticar "um princípio imposto pelo Parlamento Europeu, que é o de fazer reformas contra os direitos dos trabalhadores".
Apesar da sequência dos atos contra a reforma, o presidente da França, François Hollande , reiterou hoje que seu governo irá até o fim com o projeto, que está sendo avaliado pelo Senado.
"É essencial que não só as empresas possam contratar mais e que haja mais formação para os que estão afastados do emprego, mas também que haja mais contratos indefinidos e mais em matéria de inserção", ressaltou Hollande em um breve discurso durante a inauguração de um centro social em Paris.
Nesta ocasião, os participantes não só manifestaram contra a lei do trabalho, mas também exigiram o direito ao protesto, depois de o governo ter anunciado que não permitiria novas manifestações, depois dos distúrbios ocorridos no último dia 14. No entanto, as autoridades recuaram e autorizaram o ato de hoje.
Oklay Tougce, membro do coletivo "Taksim Paris", explicou à Efe que não só buscam que o governo "mude de opinião em respeito à aprovação da lei", mas também que "encerre o estado de emergência, porque seu objetivo não é proteger o povo, mas atacar os ativistas".
A França se mantém em estado de emergência desde os atentados de 15 de novembro do ano passado, quando terroristas realizaram múltiplos ataques em Paris e mataram 130 pessoas.
A quantidade de manifestantes nas ruas varia. Segundo Cazeneuve, 20 mil pessoas estiveram no ato, enquanto os sindicatos elevam o número de participantes no ato para mais de 60 mil.
Apesar da concentração na Praça da Bastilha ter ocorrido em completa calma, os manifestantes que tinham intenções violentas e não conseguiram passar pelas barreiras policiais se dispersaram por Paris e tentaram provocar distúrbios em outros pontos da cidade.
Um deles ocorreu nos arredores da Bolsa de Valores, onde dezenas de manifestantes gritaram palavras de ordem contra a reforma trabalhista e jogaram lixeiras no chão para impedir que as viaturas da polícia os perseguissem.
Pouco depois, vários agentes antidistúrbios chegaram ao local para dispersar os manifestantes. No entanto, não foram realizadas prisões entre esses grupos isolados, confirmaram à Efe fontes da Prefeitura de Paris. EFE
Paris - A décima manifestação contra a reforma trabalhista na França foi realizada nesta quinta-feira sem incidentes na Praça da Bastilha, em Paris, onde dezenas de milhares de pessoas protestaram contra a mudança da legislação e defenderam seu direito de organizar atos públicos nas ruas do país.
Horas antes da concentração, que começou às 14h locais (9h em Brasília), policiais fecharam todas as vias de acesso à emblemática praça para garantir que os manifestantes não entrassem com objetos que poderiam ser usados como armas, nem máscaras ou acessórios, como cachecóis e lenços, que servissem para esconder seus rostos.
Para isso, foram enviados 2.200 agentes para a região, distribuídos em várias barreiras policiais pelas quais os manifestantes deveriam passar para chegar ao local. Em cada uma delas, eles revistavam bolsas e mochilas levadas pelos participantes do ato, chegando a prender 95 pessoas por carregarem objetos que poderiam gerar confrontos ou distúrbios violentos.
O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneveu, comemorou em entrevista o "ótimo" transcurso do protesto, graças ao "compromisso entre o direito de se manifestar e o direito de garantir segurança".
Os que passavam pelas barreiras policiais garantiam que estão decididos a lutar até o fim para evitar que essa lei seja aprovada, já que ela é considerada por eles como "inaceitável" e "não possível para futuro do nossos filhos", disse à Agência Efe Véronique Arfi, mãe de três filhos, e que trabalha no serviço de coleta de lixo.
Arfi convocou outros trabalhadores a se unir às manifestações. "Tem que haver mais gente. Todos têm que estar aqui. Fazer greve não é ficar em casa, simplesmente. É vir para a rua", afirmou.
O militante Cédric Dematte destacou que, além de protestar contra a lei laboral, foi à Praça da Bastilha para criticar "um princípio imposto pelo Parlamento Europeu, que é o de fazer reformas contra os direitos dos trabalhadores".
Apesar da sequência dos atos contra a reforma, o presidente da França, François Hollande , reiterou hoje que seu governo irá até o fim com o projeto, que está sendo avaliado pelo Senado.
"É essencial que não só as empresas possam contratar mais e que haja mais formação para os que estão afastados do emprego, mas também que haja mais contratos indefinidos e mais em matéria de inserção", ressaltou Hollande em um breve discurso durante a inauguração de um centro social em Paris.
Nesta ocasião, os participantes não só manifestaram contra a lei do trabalho, mas também exigiram o direito ao protesto, depois de o governo ter anunciado que não permitiria novas manifestações, depois dos distúrbios ocorridos no último dia 14. No entanto, as autoridades recuaram e autorizaram o ato de hoje.
Oklay Tougce, membro do coletivo "Taksim Paris", explicou à Efe que não só buscam que o governo "mude de opinião em respeito à aprovação da lei", mas também que "encerre o estado de emergência, porque seu objetivo não é proteger o povo, mas atacar os ativistas".
A França se mantém em estado de emergência desde os atentados de 15 de novembro do ano passado, quando terroristas realizaram múltiplos ataques em Paris e mataram 130 pessoas.
A quantidade de manifestantes nas ruas varia. Segundo Cazeneuve, 20 mil pessoas estiveram no ato, enquanto os sindicatos elevam o número de participantes no ato para mais de 60 mil.
Apesar da concentração na Praça da Bastilha ter ocorrido em completa calma, os manifestantes que tinham intenções violentas e não conseguiram passar pelas barreiras policiais se dispersaram por Paris e tentaram provocar distúrbios em outros pontos da cidade.
Um deles ocorreu nos arredores da Bolsa de Valores, onde dezenas de manifestantes gritaram palavras de ordem contra a reforma trabalhista e jogaram lixeiras no chão para impedir que as viaturas da polícia os perseguissem.
Pouco depois, vários agentes antidistúrbios chegaram ao local para dispersar os manifestantes. No entanto, não foram realizadas prisões entre esses grupos isolados, confirmaram à Efe fontes da Prefeitura de Paris. EFE