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Manifestantes iranianos pedem morte de autor de filme

Desde que um filme contra o Islã começou a ser distribuído, foram realizados vários ataques contra sedes diplomáticas americanas em países árabes


	Iranianas protestam contra filme: os manifestantes, a maioria estudantes, cantaram palavras de ordem como "morte aos Estados Unidos"
 (Atta Kenare/AFP)

Iranianas protestam contra filme: os manifestantes, a maioria estudantes, cantaram palavras de ordem como "morte aos Estados Unidos" (Atta Kenare/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 13h25.

Teerã - Durante protestos nesta quinta-feira em frente a Embaixada da Suíça em Teerã, que abriga o Escritório de Interesses dos Estados Unidos no Irã, um grupo de manifestantes pediu a pena de morte para o autor do filme contra o Islã produzido nos EUA.

Desde que o filme "A inocência dos mulçumanos" começou a ser distribuído, foram realizados vários ataques contra sedes diplomáticas americanas em vários países árabes. As ações na Líbia resultaram nas mortes do embaixador dos EUA, J. Christopher Stevens, e de outros três funcionários do consulado do país em Benghazi.

No Irã, os manifestantes, a maioria estudantes e "basij" (voluntários islâmicos), cantaram palavras de ordem como "morte aos Estados Unidos" e "morte a Israel", além de pedirem a revolta dos "mulçumanos do mundo contra os blasfemadores dos Estados Unidos e Israel".

Os responsáveis pelos protestos queimaram bandeiras dos Estados Unidos e de Israel e fizeram uma chamada para um ato na sexta-feira ao término das orações, em todas as povoações do Irã, contra a distribuição do filme, segundo disse à Agência Efe um dos manifestantes. A polícia tomou medidas de segurança nos arredores da embaixada da Suíça.

Previamente, o governo iraniano condenou o silêncio dos Estados Unidos perante a distribuição do filme, que qualificou de "blasfêmia" e "insultante para o Islã", sem se referir aos ataques contra sedes diplomáticas dos EUA no mundo árabe e a morte de seu embaixador na Líbia, segundo informações da agência oficial "Irna".

Para o governo de Teerã, os Estados Unidos têm "responsabilidade ética de bloquear a difusão generalizada e a publicação de conteúdos que contribuam para a perigosa tendência ao ódio cultural e à blasfêmia contra a nação islâmica".


Várias vertentes do Parlamento iraniano condenaram o filme sem fazer referência à morte de Stevens e de outros três funcionários americanos, e advertiram Washington e Tel Aviv que se preparem para "escutar fortes resposta dos mulçumanos do mundo", segundo palavras de Ali Larijani, presidente da câmara.

O presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento disse nesta quinta-feira que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, "deve pedir desculpas a todos os muçulmanos do mundo e impedir imediatamente a distribuição do ofensivo filme".

O influente aiatolá iraniano Nasser Makarem Shirazi fez uma chamada "aos muçulmanos do mundo para dar uma resposta contundente aos complôs contra o Islã por parte dos EUA e do regime sionista", segundo "Irna".

O clérigo ultraconservador elogiou a "reação" por parte dos muçulmanos em diversos países contra o filme, que qualificou de "blasfemêmia" e de "insulto ao profeta Maomé".

Para Makarem Shirazi, a produção do vídeo demonstra o temor dos EUA e de Israel pelo "despertar islâmico" no mundo.

O autor do filme que gerou os protestos foi identificado como Sam Bacile, mas ainda há dúvidas se este seria seu nome real ou apenas um pseudônimo.

Segundo o jornal "The Wall Street Journal", Bacile é um israelense-americano residente na Califórnia, cineasta e agente imobiliário. EFE

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