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Manifestantes invadem câmara em protesto por incêndio em Londres

Moradores e familiares das vítimas acusam a câmara municipal de ter ignorado suas queixas sobre as insuficientes medidas contra incêndios do edifício

Protesto: manifestantes também acusam a câmara de não atender adequadamente aos sobreviventes (Stefan Wermuth/Reuters)

Protesto: manifestantes também acusam a câmara de não atender adequadamente aos sobreviventes (Stefan Wermuth/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de junho de 2017 às 13h15.

Última atualização em 16 de junho de 2017 às 14h16.

Londres - Dezenas de pessoas invadiram a câmara municipal de Kensington e Chelsea, no oeste de Londres, para protestar pela falta de respostas após o incêndio de 14 de junho na torre Grenfell, em que morreram pelo menos 30 pessoas, informou nesta sexta-feira a emissora "BBC".

A emissora pública mostrou imagens de dezenas de manifestantes que conseguiram entrar nas dependências do consistório, enquanto outras pessoas protestam indignadas no lado de fora.

Os familiares das vítimas da tragédia e outros moradores acusam à câmara municipal de ter ignorado durante anos suas queixas sobre as insuficientes medidas contra incêndios do edifício e também de não atender adequadamente aos sobreviventes.

Nas imagens da "BBC" era possível ver vários agentes tentando impedir a passagem da multidão de pessoas que tentavam subir por uma escada interior do consistório, que encarregava-se da manutenção da torre de 24 andares de propriedade municipal que se incendiou nesta quarta-feira.

Ao mesmo tempo, outros moradores e vizinhos, cada vez mais indignados, protestam às portas da câmara municipal de maioria conservadora, a qual acusam de ter ignorado durante anos suas queixas sobre as medidas de segurança do edifício de 120 apartamentos - muitos deles de proteção oficial.

Em declarações à "BBC" por telefone, o vereador trabalhista Robert Atkinson assegurou entender a indignação das pessoas e instou a administração conservadora a "enfrentar a situação" e proporcionar moradia alternativa às famílias desesperançadas.

"Não entendo por que os líderes do consistório não estão atendendo este protesto", afirmou.

"Acredito que a liderança da câmara municipal tem a responsabilidade de falar e comunicar-se com seus residentes", acrescentou.

Anteriormente, um dos manifestantes, amigo de algumas das pessoas mortas no incêndio, leu a resposta escrita da câmara municipal às suas reivindicações, mas a multidão respondeu com gritos de condenação.

Segundo este comunicado municipal lido durante o protesto, a câmara municipal se compromete "por escrito" a realojar as vítimas dentro do distrito; a destinar fundos para cobrir as perdas e os subsídios sociais e a encomendar uma investigação sobre as recentes obras de reforma do edifício, avaliadas em 11,4 milhões de euros.

Além disso, a câmara municipal revisará outras torres de propriedade municipal de estrutura parecida para garantir que são seguras.

Os residentes estavam há anos se queixando das pobres condições de manutenção da torre, construída em 1974, mas reformada em 2016 com um revestimento exterior que, segundo o jornal "The Guardian", era a opção mais barata e "inflamável".

A Rydon, empresa de construção contratada pela câmara municipal de Kensington e Chelsea para fazer as obras no edifício de propriedade municipal, assegurou que este "cumpria todos os padrões" de segurança.

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