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Manifestantes egípcios protestam contra o presidente Mursi

A oposição acusa Mursi de trair os ideais da revolução que lhe permitiu chegar ao poder

Egípcios protestam no Cairo em 1º de fevereiro: "fora!", gritava a multidão  (Khaled Desouki/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2013 às 12h29.

Cairo - Milhares de egípcios se reuniram nas ruas do Cairo nesta sexta-feira para protestar contra o presidente islamita Mohamed Mursi, acusado de trair os ideais da revolução que lhe permitiu chegar ao poder.

"Fora!", gritava a multidão que invadiu as principais avenidas da capital no início da tarde desta sexta-feira, após a oração semanal muçulmana.

Com bandeiras e faixas exigindo "justiça" para as dezenas de vítimas da onda de violência que atingiu o país nos últimos dias, os manifestantes convergiram para a Praça Tahrir, ou para o palácio presidencial na periferia de Heliópolis, onde as medidas de segurança foram reforçadas.

Protesto também foram registrados em outras cidades egípcias, convocados pela Frente de Salvação Nacional (FSN), principal coalizão de oposição ao poder.

A FSN exige o fim do "monopólio" do poder pela Irmandade Muçulmana, formação a qual o presidente Mursi pertence, a criação de um governo de salvação nacional, a revisão da Constituição e a saída do procurador-geral nomeado pelo chefe de Estado.

"Se essas reivindicações não forem atendidas, nenhum diálogo político dará frutos", declarou a FSN em um comunicado.

Estas manifestações ocorrem depois que os principais partidos rivais do Egito se comprometeram a combater a violência, que já causou a morte de 56 pessoas em uma semana.


Em um documento assinado após uma reunião no Cairo organizada pelo imã de Al-Azhar, Ahmed al-Tayeb, os participantes "denunciaram a violência em todas as suas formas" e prometeram se abster de "toda incitação à violência".

As manifestações desta sexta-feira são um teste da capacidade da oposição de se mobilizar.

Um dos líderes da oposição, Amr Musa, fez um apelo por "manifestações pacíficas".

"Não queremos um derramamento de sangue, nem destruições. Queremos liberdade de expressão, queremos democracia", declarou.

Apesar das promessas de diálogo, parte da imprensa demonstrou ceticismo quanto a uma verdadeira reconciliação de um país profundamente dividido.

"Mesmo se houver diálogo, será um diálogo de surdos entre os que governam e os que rejeitam sua autoridade. Os primeiros se baseiam em sua legitimidade e os segundos ameaçam queimar o país", escreveu o jornal governamental Al-Ahram.

Os partidários de Mursi, eleito em junho, afirmam que ele chegou ao poder de forma democrática e que é o primeiro civil a ocupar o cargo.

Já a oposição acusa o presidente e a Irmandade Muçulmana de privilegiarem a ideologia islâmica em detrimento do interesse geral.

Os confrontos durante a semana entre manifestantes e forças de ordem, que também deixaram centenas de feridos, obrigaram Mursi a decretar na segunda-feira estado de emergência e toque de recolher em três províncias do noroeste, Port Said, Suez e Ismailiya.

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Cairo - Milhares de egípcios se reuniram nas ruas do Cairo nesta sexta-feira para protestar contra o presidente islamita Mohamed Mursi, acusado de trair os ideais da revolução que lhe permitiu chegar ao poder.

"Fora!", gritava a multidão que invadiu as principais avenidas da capital no início da tarde desta sexta-feira, após a oração semanal muçulmana.

Com bandeiras e faixas exigindo "justiça" para as dezenas de vítimas da onda de violência que atingiu o país nos últimos dias, os manifestantes convergiram para a Praça Tahrir, ou para o palácio presidencial na periferia de Heliópolis, onde as medidas de segurança foram reforçadas.

Protesto também foram registrados em outras cidades egípcias, convocados pela Frente de Salvação Nacional (FSN), principal coalizão de oposição ao poder.

A FSN exige o fim do "monopólio" do poder pela Irmandade Muçulmana, formação a qual o presidente Mursi pertence, a criação de um governo de salvação nacional, a revisão da Constituição e a saída do procurador-geral nomeado pelo chefe de Estado.

"Se essas reivindicações não forem atendidas, nenhum diálogo político dará frutos", declarou a FSN em um comunicado.

Estas manifestações ocorrem depois que os principais partidos rivais do Egito se comprometeram a combater a violência, que já causou a morte de 56 pessoas em uma semana.


Em um documento assinado após uma reunião no Cairo organizada pelo imã de Al-Azhar, Ahmed al-Tayeb, os participantes "denunciaram a violência em todas as suas formas" e prometeram se abster de "toda incitação à violência".

As manifestações desta sexta-feira são um teste da capacidade da oposição de se mobilizar.

Um dos líderes da oposição, Amr Musa, fez um apelo por "manifestações pacíficas".

"Não queremos um derramamento de sangue, nem destruições. Queremos liberdade de expressão, queremos democracia", declarou.

Apesar das promessas de diálogo, parte da imprensa demonstrou ceticismo quanto a uma verdadeira reconciliação de um país profundamente dividido.

"Mesmo se houver diálogo, será um diálogo de surdos entre os que governam e os que rejeitam sua autoridade. Os primeiros se baseiam em sua legitimidade e os segundos ameaçam queimar o país", escreveu o jornal governamental Al-Ahram.

Os partidários de Mursi, eleito em junho, afirmam que ele chegou ao poder de forma democrática e que é o primeiro civil a ocupar o cargo.

Já a oposição acusa o presidente e a Irmandade Muçulmana de privilegiarem a ideologia islâmica em detrimento do interesse geral.

Os confrontos durante a semana entre manifestantes e forças de ordem, que também deixaram centenas de feridos, obrigaram Mursi a decretar na segunda-feira estado de emergência e toque de recolher em três províncias do noroeste, Port Said, Suez e Ismailiya.

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