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Manifestantes atacam sede da Polícia Nacional na Tailândia

Não houve confrontos porque os policiais têm ordens de não intervir


	Manifestantes quebram barreira da sede da Polícia em Bangcoc: dezenas de opositores do governo retiraram as cercas de arame farpado que protegiam o local
 (REUTERS/Dylan Martinez)

Manifestantes quebram barreira da sede da Polícia em Bangcoc: dezenas de opositores do governo retiraram as cercas de arame farpado que protegiam o local (REUTERS/Dylan Martinez)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2013 às 05h36.

Bangcoc - Os manifestantes antigovernamentais atacaram nesta quarta-feira a sede da Polícia Nacional em Bangcoc, após derrubarem os blocos de concreto que protegiam uma das entradas e sem encontrar resistência por parte dos agentes.

O incidente acontece um dia depois que milhares de manifestantes ocuparam momentaneamente a sede do governo e da Polícia Metropolitana, onde no domingo e na segunda-feira houve confrontos coma polícia que usou gás lacrimogêneo e canhões com jatos d"água.

No quartel da Polícia Nacional, dezenas de opositores do governo arrastaram blocos de cimento e retiraram as cercas de arame farpado que protegiam o local, observados por cerca de mil policiais que têm ordens de não intervir.

No interior, um dos líderes do movimento leu um comunicado, em frente a um representante policial, expondo suas reivindicações, que incluem a renúncia do governo da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, a quem acusam de corrupção.

Está previsto que os manifestantes deixem logo mais o local e que paralisem as atividades de sabotagem para respeitar a celebração do 86º aniversário do monarca do país, Bhumibol Adulyadej, amanhã.

O líder do movimento opositor, o ex-vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban, revelou que os protestos serão retomados na próxima sexta-feira para erradicar o que classifica como "regime de Thaksin", em referência ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto em 2006 em um golpe militar.

Suthep acusa a atual primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, de ser um fantoche de seu irmão mais velho, Thaksin, que -segundo os opositores- governa a partir do exílio em Dubai, onde vive para evitar a prisão após ter sido condenado a dois anos por corrupção.


Yingluck disse que seu governo quer evitar novos episódios de violência e se propôs a dialogar com acadêmicos, empresários, especialistas e manifestantes para discutir sobre reformas políticas e estipular uma saída democrática para a crise.

"A situação política atual em nosso país ainda não voltou à normalidade, mas está mais tranquila", disse ontem à noite Yingluck em um breve pronunciamento televisivo.

A primeira-ministra fez um pedido de união ao povo para celebrar o aniversário do monarca tailandês, a autoridade moral, sem papel político, venerada pela maioria dos cidadãos.

Ontem pela noite, Suthep voltou a insistir em sua proposta de substituir o governo por um "conselho popular" não eleito, uma opção que Yingluck rejeitou dias antes por ser inconstitucional.

A polícia prendeu sete estudantes por terem supostamente incendiado vários veículos policiais durante os distúrbios que ocorreram na madrugada de terça-feira perto da Casa do Governo.

Segundo o jornal "Bangcoc Post", os agentes também apreenderam garrafas e bolsas de plástico com gasolina e álcool, navalhas, tacos de golfe, pequenos explosivos e balas.

Dezenas de pessoas sofreram ferimentos durante os distúrbios, que começaram após os confrontos entre partidários e opositores do governo que deixaram quatro mortos e mais de 50 feridos na noite de sábado.

A Tailândia vive uma grave crise política há cerca de 8 anos com frequentes manifestações e protestos populares que pretendem paralisar o governo atual. 

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