Exame Logo

Mali se torna sexto país da África Ocidental com ebola

Paciente é uma menina de dois anos que chegou recentemente da vizinha Guiné, onde o surto começou

Funcionários da ONG Médicos Sem Fronteiras trabalham em centro de cuidados com ebola de Monróvia, Libéria (Zoom Dosso/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 20h21.

Bamako - O Mali confirmou nesta quinta-feira seu primeiro caso de ebola , se tornando o sexto país da África Ocidental a ser atingido pelo pior surto da história da febre hemorrágica, que já matou quase 4.900 pessoas.

O ministro da Saúde, Ousmane Kone, disse à televisão estatal que o paciente de Kayes, na região oeste do país, é uma menina de dois anos que chegou recentemente da vizinha Guiné, onde o surto começou.

"O estado da menina, de acordo com os nossos serviços, está melhorando graças ao seu rápido tratamento", disse o ministro à TV estatal.

Uma autoridade da Saúde, que preferiu não ser identificada, disse que a mãe da menina morreu na Guiné há algumas semanas e que a criança foi trazida por parentes à capital do Mali, Bamako, onde ela permaneceu por 10 dias no bairro Bagadadji antes de ir a Kayes.

Um comunicado do ministério disse que a menina, que veio da cidade guineana de Kissidougou, deu entrada no hospital Fousseyni Daou, em Kayes, na noite de quarta-feira, onde ela foi rapidamente submetida a exames para detectar o vírus.

As pessoas que tiveram contato com a paciente em Kayes já foram identificadas e colocadas sob observação, afirmou o ministro, mas ele apelou para qualquer pessoa que acredita ter tido contato com a menina a se apresentar.

A grande maioria das mortes e cerca de 10.000 casos da doença foram na Guiné, Libéria e Serra Leoa, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Alguns casos também foram registrados no Senegal e na Nigéria, o país mais populoso da África, mas esses países já foram declarados livres do ebola pela OMS.

Os números oficiais são conhecidamente subestimados, e o verdadeiro número de mortos pode ser três vezes maior, a OMS disse nesta semana.

Um surto completamente separado na República Democrática do Congo, na África Central, também parece ter sido contido.

O vírus ebola tem um índice de mortalidade de 70%. Ao lado da tragédia, o fotógrafo John Moore decidiu retratar os raros sobreviventes da doença na Libéria, o país mais afetado pela epidemia. Na foto, Jeremra Cooper, 16, enxuga o rosto do calor, enquanto espera na seção de baixo risco dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), em Paynesville, Libéria. O aluno da 8 ª série disse que perdeu seis familiares para a epidemia de Ebola antes de ficar doente e de ser enviado para o centro dos MSF, onde ele se recuperou após um mês.
  • 2. Mohammed Wah, 23

    2 /15(John Moore/Getty Images)

  • Veja também

    O trabalhador da construção civil diz que o Ebola matou cinco membros de sua família e que ele acha que contraiu a doença enquanto cuidava de seu sobrinho.
  • 3. Varney Taylor, 26

    3 /15(John Moore/Getty Images)

  • Perdeu três membros da família para a doença e acredita que contraiu Ebola enquanto carregava o corpo de sua tia após a morte dela.
  • 4. Benetha Coleman, 24

    4 /15(John Moore/Getty Images)

    Seu marido e dois filhos morreram em decorrência da doença.
  • 5. Victoria Masah, 28

    5 /15(John Moore/Getty Images)

    Seu marido e dois filhos morreram por causa do ebola.
  • 6. Eric Forkpa, 23

    6 /15(John Moore/Getty Images)

    O estudante de engenharia civil, disse que acha que pegou ebola enquanto cuidava de seu tio doente. Ele passou 18 dias no centro dos MSF se recuperando do vírus.
  • 7. Emanuel Jolo, 19

    7 /15(John Moore/Getty Images)

    O estudante do ensino médio perdeu seis membros da família e acredita que contraiu a doença enquanto lavava o corpo de seu pai, que morreu de Ebola.
  • 8. James Mulbah, 2

    8 /15(John Moore/Getty Images)

    O garotinho posa para a foto enquanto é segurado pela mãe, que também se recuperou do ebola.
  • 9. John Massani, 27

    9 /15(John Moore/Getty Images)

    Trabalhador da construção civil, ele acredita que pegou a doença enquanto carregava o corpo de um parente. Ele perdeu seis familiares por causa do ebola.
  • 10. Mohammed Bah, 39

    10 /15(John Moore/Getty Images)

    Bah, que trabalha como motorista, perdeu a mulher, a mãe, o pai e a irmã para o ebola.
  • 11. Vavila Godoa, 43

    11 /15(John Moore/Getty Images)

    O alfaiate diz que o estigma de ter tido Ebola é algo difícil. Ele perdeu todos os seus clientes devido ao medo. "Eles não vêm mais", afirma. Ele acredita que pegou Ebola enquanto cuidava de sua esposa doente.
  • 12. Ami Subah, 39

    12 /15(John Moore/Getty Images)

    Subah, uma parteira, acha que pegou ebola quando fez o parto de um bebé de uma mãe doente. O menino, segundo ela, sobreviveu, mas a mãe morreu. Ela diz que não teve trabalho desde sua recuperação, devido ao estigma de ter tido Ebola. "Não me deixam nem tirar água do poço comunitário", afirma.
  • 13. Peters Roberts, 22

    13 /15(John Moore/Getty Images)

    O aluno do 11º ano perdeu uma irmã, o tio e um primo para o Ebola. Ele acredita que contraiu a doença enquanto cuidava de seu tio.
  • 14. Anthony Naileh, 46, e Bendu Naileh, 34

    14 /15(John Moore/Getty Images)

    Anthony disse que é um estenógrafo no Senado liberiano e planeja voltar a trabalhar na sessão de janeiro. Bendu, uma enfermeira, acha que pegou ebola após colocar as mãos em posição de oração ao rezar por um sobrinho que tinha a doença. Em seguida, ela adoeceu e seu marido cuidou dela.
  • 15. Moses Lansanah, 30

    15 /15(John Moore/Getty Images)

    O trabalhador da construção civil perdeu sua noiva Amifete, com então 22 anos, que estava grávida de 9 meses do seu filho.
  • Acompanhe tudo sobre:DoençasEbolaEpidemiasMaliSaúde

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Mundo

    Mais na Exame