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Mães que ficam em casa aumentam contrariando família moderna

Proporção de mães que não trabalham fora da casa subiu para 29 por cento em 2012, frente ao pico negativo da era moderna de 23 por cento, registrado em 1999

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2014 às 17h28.

Chicago - As mães americanas estão revertendo uma tendência histórica e ficando cada vez mais tempo em casa.

A proporção de mães que não trabalham fora da casa subiu para 29 por cento em 2012, frente ao pico negativo da era moderna de 23 por cento, registrado em 1999, conforme um relatório publicado hoje pelo Pew Research Center. O aumento segue declínios registrados na maioria dos anos entre 1970 e 1999, quando mais mulheres entraram no trabalho, impulsionadas tanto pela sensação de empoderamento quanto pelas exigências financeiras.

Mais recentemente, a pior recessão desde a Grande Depressão manteve algumas mães fora da força de trabalho, pois elas passaram por dificuldades para obter empregos, ao passo que outras acharam mais vantajoso ficar em casa após ponderar o custo do cuidado dos filhos em relação aos salários.

“A maioria das mães desejaria estar na força de trabalho”, disse D’Vera Cohn, principal autora do relatório, que empregou dados de vários censos e pesquisas. “Pode ser que exista um teto para o aumento no número de mães que ficam em casa”.

O tipo de mães representadas em Wisteria Lane, no seriado televisivo “Desperate Housewives”, é a minoria. Entre as mães que ficam em casa e cujos maridos trabalhavam em 2012, apenas 22 por cento tinha rendas familiares de US$ 100.000 ou mais.

As que vivem na pobreza são mais comuns. Um terço das mães que ficam em casa entra nesse nível de renda, comparado com 12 por cento das mães que trabalham. Uma crescente proporção – 6 por cento em 2012, frente a 1 por cento em 2000 – diz que fica em casa porque não consegue um emprego.

Crescimento dos hispânicos

A proporção de mães que ficam em casa com os filhos cresceu entre 2000 e 2004, o que reflete a economia crescente e o aumento da população hispânica, que inclui uma tradição mais forte de mães que ficam em casa. A alta parou em 2005, antes da incerteza econômica que prenunciou o início oficial da recessão, em 2007.


Em 2012, 42 por cento das mães que ficavam em casa tinha menos de 35 anos, frente a 35 por cento das mães que trabalhavam. Metade das mães que ficam em casa cuida de pelo menos uma criança de cinco anos ou menos.

As mães que ficam em casa têm maior formação do que as de décadas atrás. Atualmente, um quarto delas possui diploma universitário, em comparação com 7 por cento em 1970, disse o relatório.

Demografia em transformação

Os dados mostram que, em 2012, 28 por cento das crianças eram educadas por uma mãe que fica em casa, frente a 24 por cento em 2000. Em 1970, 48 por cento dos filhos tinham uma mãe que ficava em casa.

O apoio da opinião pública às mães que trabalham cresceu nas últimas quatro décadas, à medida que a prática se tornou mais comum.

As mães que ficam em casa passam em média 18 horas por semana cuidando dos filhos, sete horas a mais do que as mães que trabalham, conforme dados da American Time Use Survey, citada pelo Pew no seu relatório. Elas também dedicam ao trabalho doméstico nove horas semanais a mais do que as mães que trabalham fora, possuem nove horas semanais a mais de tempo livre e cinco horas semanais a mais para dormir, incluindo cochilos.

“Em termos financeiros não fazia sentido, pois meu salário basicamente iria direto para a creche”, disse Shannon Puri, 34, mãe de dois filhos nos subúrbios de Chicago, que em 2010 abandonou seu emprego como professora de educação especial em uma escola de ensino médio.

Após tentar com babás e creches por um ano, Puri e o marido, um dentista, decidiram abrir mão da renda dela e que ela ficasse o tempo completo na casa.

“Quando estava no trabalho, ficava pensando em coisas relacionadas ao meu filho; quando estava com ele, eu estava tentando me manter em dia com as coisas do trabalho”, disse ela. “Eu não conseguia equilibrar bem as coisas”.

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