Maduro pede que clamor de reorganização não fique no ar
O presidente da Venezuela reivindicou, em seu primeiro discurso na Assembleia da ONU, que clamor por reorganização da ONU não fique no ar
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2014 às 14h46.
O presidente da Venezuela , Nicolás Maduro , reivindicou nesta quarta-feira, em seu primeiro discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, "que não fique no ar o clamor de uma reorganização da ONU ".
"O protagonismo das regiões é muito diferente do que existia em 1945. É outro mundo e (a ONU) deve adaptar-se a um mundo multipolar com novos atores que têm voz própria", disse Maduro em uma fala na qual também dedicou uma lembrança ao falecido presidente Hugo Chávez.
O chefe de Estado venezuelano se uniu de forma contundente às posições que neste mesmo fórum manifestaram hoje vários presidentes latino-americanos, entre eles Dilma Rousseff, para pedir uma reorganização das Nações Unidas e dar mais voz aos países emergentes.
Maduro insistiu que "se necessita um sistema de reorientação e reajuste" do sistema das Nações Unidas que foi fundado no final da Segunda Guerra Mundial e já completa 70 anos.
Além disso, denunciou que a Carta das Nações Unidas "se transformou em um instrumento violado de forma permanente" em seus objetivos fundamentais.
Por outro lado, o chefe de Estado venezuelano reiterou a rejeição de seu país ao "bloqueio econômico" a Cuba, que tachou de anacronismo da Guerra Fria.
"Presidente (Barack) Obama quando vai chegar a oportunidade para que o senhor entre para a história e suspenda de uma vez o bloqueio econômico contra Cuba?", questionou.
Maduro também manifestou o apoio à presidente argentina, Cristina Kirchner, em sua campanha contra os denominados "fundos abutre" e pediu a redação de um texto de cumprimento obrigatório "para defender-nos dos especuladores que tentam saquear as economias".
Em termos nacionais, disse que a Venezuela está realizando "uma revolução democrática" e que seu país alcançou praticamente todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, fixados pelas Nações Unidas.