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Maduro ordena exercícios militares após ameaça de Trump

Na semana passada, Donald Trump disse que poderia usar a "opção militar" no país petroleiro

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas (Ueslei Marcelino/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de agosto de 2017 às 17h52.

Última atualização em 14 de agosto de 2017 às 18h30.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou nesta segunda-feira a realização de exercícios da Força Armada em todo o país em 26 e 27 de agosto, após a advertência do chefe de Estado americano, Donald Trump, de que pode usar a opção militar no país petroleiro.

"Dei a ordem ao Estado Maior Superior da Força Armada para iniciar os preparativos para um exercício nacional, cívico militar de defesa integral armada da pátria venezuelana", anunciou Maduro diante de uma multidão de simpatizantes.

A uma multidão de apoiadores nos arredores do Palácio de Miraflores, centro de Caracas, Maduro pediu aos venezuelanos que se prepararem "para defender a paz, com os tanques, os aviões, os mísseis".

"Vamos derrotar a ameaça militar do imperialismo norte-americano", disse Maduro, ressaltando que "ninguém pode intimidar o povo venezuelano" e que está "decidido a enfrentar os supremacistas, os racistas dos Estados Unidos".

"Trump go home, que se escute até Washington", gritou Maduro, em coro com milhares de simpatizantes, vestidos de vermelho, que marcharam em oposição à advertência feita pelo presidente americano na última sexta-feira.

No encontro político, Maduro também pediu à poderosa Assembleia Constituinte que abra uma investigação contra os "entreguistas" que, segundo o presidente,apoiariam uma suposta "intervenção" militar dos Estados Unidos.

"Peço à Comissão da Verdade, pela justiça e pela paz, que por favor inicie um processo sobre os 'entreguistas' que pediram a intervenção da Venezuela e que apoiam a ameaça de Donald Trump contra a paz da República", argumentou Maduro.

"Presos, presos, presos!", gritava a massa reunida emfrente à sede do governo.

Em sua visita à Colômbia, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, alertou no domingo que os Estados Unidos não aceitarão "uma ditadura" na Venezuela, mas minimizou a advertência de Trump, o que não aplacou o governo venezuelano.

"Não ficaremos esperando enquanto a Venezuela desmorona, mas é importante ressaltar, como disse o presidente, que um Estado falido na Venezuela ameaça a segurança e a prosperidade do hemisfério", afirmou Pence nesta segunda-feira.

Pence disse que seu país está decidido "a usar todo o poder econômico e diplomático americano" até ver "restaurada" a democracia na Venezuela.

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