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Maduro diz ter sofrido atentado e pede ajuda a Trump

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, diz ter sofrido um atentado com explosivos durante ato militar neste sábado (4), em Caracas

Maduro acusou o seu contraparte colombiano, Juan Manuel Santos, pelo atentado (VENEZUELAN GOVERNMENT TV/Handout via Reuters TV/Reuters)

Maduro acusou o seu contraparte colombiano, Juan Manuel Santos, pelo atentado (VENEZUELAN GOVERNMENT TV/Handout via Reuters TV/Reuters)

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AFP

Publicado em 5 de agosto de 2018 às 09h21.

Última atualização em 5 de agosto de 2018 às 09h55.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, diz ter sofrido um atentado com explosivos durante ato militar neste sábado (4), em Caracas, pelo qual acusou o contraparte colombiano, Juan Manuel Santos.

Em discurso transmitido por rede de rádio e televisão, Maduro disse que um "artefato voador" explodiu na sua frente.

"Trata-se de um atentado para me matar, tentaram me assassinar no dia de hoje (...) Não tenho dúvidas de que o nome de Juan Manuel Santos está por trás deste atentado", afirmou Maduro.

Maduro anunciou ter havido vários detidos relacionados com o atentado, cujos financiadores estariam nos Estados Unidos, razão pela qual pediu ajuda ao presidente americano.

"Foram capturados parte dos atores materiais dos atentados e já se encontram processados (...) Não vou me adiantar mais, porém a investigação já está muito adiantada", afirmou Maduro.

"As primeiras investigações nos indicam que vários dos financiadores vivem nos Estados Unidos, no estado da Flórida. Espero que o presidente Donald Trump esteja disposto a combater grupos terroristas", acrescentou o presidente venezuelano.

Mais cedo, o governo venezuelano informou que sete militares ficaram feridos no "atentado" com drones que teria sido orquestrado contra Maduro, que saiu ileso do ataque.

"Trata-se de um atentado contra a figura do presidente Nicolás Maduro", disse o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, após o incidente no qual Maduro aparecia na televisão quando interrompeu repentinamente seu discurso durante ato pelo 81º aniversário da Guarda Nacional venezuelana, em Caracas.

Rodríguez explicou que "uma carga explosiva (...) detonou nas proximidades do palanque presidencial" e outras em diferentes locais da parada no centro da capital venezuelana.

O ministro informou que "para tranquilidade de todos", Maduro "saiu completamente ileso e se encontra neste momento realizando seu trabalho habitual e em reunião permanente com o alto comando político, com os ministros e o alto comando militar".

No entanto, informou que as detonações causaram "alguns ferimentos em sete efetivos" da Guarda Nacional Bolivariana, que estavam no local do desfile, e "estão sendo atendidos neste momento" em hospitais.

- Momentos de tensão-

Parte do incidente pôde ser visto pelas imagens da emissora estatal VTV.

De pé, Maduro, estava prestes a terminar seu discurso quando ouviu um barulho que chamou sua atenção e ele olhou para o alto, assim como a primeira-dama, Cilia Flores, e o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López.

"Vamos pela direita", disse um dos seguranças do presidente.

Antes de o canal interromper a transmissão, viu-se dezenas de militares rompendo fileiras e correndo de forma desordenada.

Maduro presidia o ato pelo aniversário da Guarda Nacional, e no momento do incidente, falava sobre sua decisão de regular a venda de gasolina, a mais barata do mundo, em meio à grave crise socioeconômica que castiga o país petroleiro.

- Governo culpa a "ultradireita"-

O governo atribuiu o ataque à ultradireita, como costuma se referir à oposição.

Estes fatos não "evidenciam senão o desespero que já vinhamos notando em alguns porta-vozes da ultradireita venezuelana", afirmou o ministro da Comunicação, um dos funcionários de maior confiança do presidente socialista.

"Não evidenciam mais que o ódio (...) daqueles que, sendo derrotados no campo político, sendo derrotados no campo da guerra econômica (...) não hesitam em recorrer a práticas criminosas, brutais", acrescentou.

O presidente da Assembleia Constituinte e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, também criticou a oposição, profundamente dividida.

"A direita insiste na violência para tomar espaços que não podem pelo voto, nosso irmão presidente Nicolás Maduro e o alto comando político e militar ilesos depois do atentado terrorista (...) Não vão poder conosco", escreveu Cabello no Twitter.

Maduro, um ex-motorista de ônibus de 55 anos, chegou ao poder em 2013 após a morte de Hugo Chávez, que governava desde 1999.

O presidente, confrontado com uma forte rejeição popular devido à profunda crise econômica, foi reeleito em 20 de maio passado em polêmicas eleições que a oposição decidiu boicotar por considerá-las ilegítimas.

Sua reeleição não foi reconhecida por Estados Unidos, União Europeia e grande parte da comunidade internacional.

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