Maduro: "Conseguimos após semanas inteiras de conversações nos aproximar de um acordo de convivência política" (Miraflores Palace/Handout/Reuters)
EFE
Publicado em 15 de setembro de 2017 às 20h32.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta sexta-feira que seu governo e os representantes da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) estão perto de conseguir um acordo em uma nova tentativa de diálogo político realizada na República Dominicana.
"Conseguimos após semanas inteiras de conversações nos aproximar de um acordo de convivência política, de paz e soberania entre a delegação da Venezuela e a oposição venezuelana", disse Maduro durante um pronunciamento que foi transmitido em cadeia obrigatória de rádio e televisão.
O líder venezuelano agradeceu ao presidente da República Dominicana, Danilo Medina - que convidou as partes a esta nova aproximação em Santo Domingo -, bem como ao ex-chefe do Governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero e ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pela intermediação.
Maduro qualificou como uma "importante conquista histórica" a instalação formal e oficial da mesa de diálogo "para a busca da paz duradoura no país" e ressaltou que a delegação do governo comparecerá à próxima reunião, prevista para o dia 27 de setembro.
No entanto, o presidente criticou a MUD por "mentir" sobre o processo e acusou seus dirigentes de estarem "desfigurando as conversas oficiais que têm acontecido a portas fechadas entre os interlocutores e na presença dos mediadores".
A aliança opositora publicou um comunicado na noite de quinta-feira em que afirma ter apresentado na mesa de diálogo a necessidade de submeter a um referendo popular qualquer acordo que surja de uma eventual negociação.
As condições expostas pela MUD incluem a participação de países "que sejam fiadores, instituições multilaterais e testemunhas na negociação" e "o estabelecimento de um cronograma de implementação de acordos com garantias e acompanhamento internacional".
Maduro tachou hoje de "insólito" esse comunicado, que "não expressa o espírito nem a harmonia com que a mesa de diálogo foi instalada", com 16 horas de reuniões cordiais durante dois dias.