Maduro: "Eu estou pronto, amanhã mesmo, depois de amanhã, para me reunir com os porta-vozes da oposição" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de abril de 2017 às 20h54.
Caracas - O presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, convocou nesta quarta-feira a oposição a seu governo para um novo diálogo, nomeou seus porta-vozes para estes possíveis encontros e garantiu que tem uma explanação a fazer a este setor.
"Eu estou pronto, amanhã mesmo, depois de amanhã, para me reunir com os porta-vozes da oposição (...) para pedir em nome de milhões e milhões de homens e mulheres da Venezuela que se retifiquem e que cessem sua violência e seu golpismo", disse Maduro.
O presidente venezuelano fez esta declaração durante um discurso após uma marcha em apoio a seu governo e no marco da comemoração dos 207 anos do movimento popular que é considerado o início do processo independentista da Venezuela da Espanha.
Maduro detalhou que serão porta-vozes oficialistas para este diálogo o prefeito chavista Jorge Rodríguez, sua irmã, a chanceler, Delcy Rodríguez, e o deputado Elías Jaua e pediu ao jornalista José Vicente Rangel e ao advogado Hermann Escarrá que se incorporem como "fiadores" para " explorar o caminho do diálogo".
Além disso, assegurou que ele não é um "fraco" e que tem um "braço duro", após afirmar que todos os que deviam ser presos assim estarão, "de acordo com as leis, com provas e testemunhos, em um processo justo".
"Mas também sou um homem de diálogo, acredito na palavra, acredito nas razões e acredito que só através da palavra é possível consolidar e abrir caminho à paz", acrescentou, ressaltando que nunca se culpará por não ter convocado à oposição a uma mesa de diálogo.
Em 30 de outubro do ano passado se iniciou na Venezuela um processo de diálogo que se estendeu por pouco mais de um mês e que foi suspenso depois que ambas partes se culparam pelo descumprimento dos acordos.
A oposição venezuelana assegurou então que o governo de Maduro não cumpriu com os acordos de criar um cronograma eleitoral, implementar medidas para aliviar a crise de escassez de remédios e alimentos, a libertação dos políticos presos e a restituição do papel do parlamento.