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Madagascar vai às urnas para eleger novo presidente

Ao todo, trinta e seis candidatos participam das eleições

Eleições em Madagascar: Prioridades dos habitantes são a luta contra o desemprego, a insegurança e o acesso à água potável e à eletricidade (Malin Palm/Reuters)

Eleições em Madagascar: Prioridades dos habitantes são a luta contra o desemprego, a insegurança e o acesso à água potável e à eletricidade (Malin Palm/Reuters)

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AFP

Publicado em 7 de novembro de 2018 às 12h35.

Os eleitores de Madagascar votam nesta quarta-feira (7) no primeiro turno das eleições presidenciais, nas quais três ex-chefes de Estado se enfrentam para governar este empobrecido país do Oceano Índico mergulhado em crises políticas recorrentes.

Depois da independência em 1960, praticamente não houve disputa eleitoral em Madagascar sem protestos radicais e confrontos violentos.

Trinta e seis candidatos participam das eleições. Entre eles há ex-presidentes, vários ex-primeiros-ministros, dois pastores e um cantor muito famoso na ilha.

Segundo os analistas e uma pesquisa publicada no fim de setembro, os três ex-presidentes que disputam a vitória são: Marc Ravalomanana (2002-2009), Andry Rajoelina (2009-2014) e Hery Rajaonarimampianina (2014-setembro de 2018).

Rajaonarimampianina, presidente em fim de mandato, parece ter perdido terreno nas últimas semanas, depois de não contar mais com o apoio de vários deputados e de um ex-conselheiro.

As prioridades dos habitantes em Madagascar, um dos países mais pobres do mundo, são a luta contra o desemprego, a insegurança e o acesso à água potável e à eletricidade.

A maioria dos candidatos afirma compartilhar do mesmo objetivo: o desenvolvimento de Madagascar. Observadores apontam, porém, que promessas são feitas, mas sem que se indique o caminho para concretizá-las.

Em Madagascar, quase metade das crianças menores de 5 anos sofre de desnutrição crônica, segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA).

No sul, onde a situação é "alarmante", devido à seca da ONU, algumas famílias foram forçadas a vender seus pertences para se alimentar.

Os três favoritos gastaram quantias "indecentes" na campanha, segundo a agência Transparência Internacional, e fazem promessas vazias.

Contas pendentes

As presidenciais também devem servir para "solucionar pelas urnas as contas pendentes de 2009" entre Ravalomana e Rajoelina. Ambos foram proibidos de se candidatar em 2013, explica Sahondra Rabenarivo, membro do Observatório Malgache da Vida Pública (Sefafi).

Após várias semanas de confrontos violentos em 2009, o presidente Ravalomana cedeu o poder ao Exército que, por sua vez, confiou no jovem Rajoelina, então prefeito de Antananarivo.

Então adversários políticos, Ravalomana e Rajoelina se aliaram contra o regime de Rajaonarimampianina, acusado de querer silenciar a oposição.

Depois de semanas de manifestações, nas quais duas pessoas morreram, foi formado um governo de coalizão para acabar com a instabilidade.

Agora, os principais atores desta crise disputam o cargo de chefe de Estado.

A campanha tem sido tranquila, mas existe o risco de haver sobressaltos, advertem os analistas.

"É muito importante que o resultado seja crível (..) e que o terceiro (colocado) aceite" o fato de não ir para o segundo turno, afirma Rabenarivo.

Cerca de 20 candidatos denunciaram irregularidades nas listas eleitorais e pediram que se adie a votação.

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