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Macron se distancia de Biden e evita usar palavra 'genocídio'

Biden acusou a Rússia de cometerem um genocídio na Ucrânia. Macron defendeu, porém, que os governantes devem ter cuidado com sua linguagem

Presidente dos Estados Unidos, Joe Bonde, e o presidente da França, Emmanuel Macron (BRENDAN SMIALOWSKI/AFP/Getty Images)
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AFP

Publicado em 13 de abril de 2022 às 11h00.

O presidente francês, Emmanuel Macron , negou-se, nesta quarta-feira (13), a repetir a acusação feita por seu homólogo americano, Joe Biden , de que a Rússia está cometendo "genocídio" na Ucrânia e alertou que esta escalada verbal não ajuda a pôr fim à guerra.

Na terça-feira (12), Biden acusou as forças russas de cometerem um genocídio na Ucrânia e afirmou que "está cada vez mais claro que Putin está, simplesmente, tentando apagar a própria ideia de ser ucraniano".

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Em entrevista à emissora de televisão France 2, Macron defendeu, porém, que os governantes devem ter cuidado com sua linguagem.

"Eu diria que a Rússia deflagrou unilateralmente a guerra mais brutal, que foi estabelecido que o Exército russo cometeu crimes de guerra e que agora é necessário encontrar os responsáveis e levá-los à Justiça", disse Macron.

"O que está acontecendo é uma loucura, é incrivelmente brutal", acrescentou.

"Mas, ao mesmo tempo, olho os fatos e quero tentar, na medida do possível, continuar sendo capaz de deter esta guerra e reconstruir a paz. Não estou certo de que as escaladas verbais sirvam para esta causa", observou.

Macron considerou melhor ser "cuidadoso" com a palavra "genocídio" neste caso, em especial porque "ucranianos e russos são povos irmãos".

Os comentários de Biden foram, no entanto, bem recebidos pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que acusa Moscou de "genocídio", repetidamente, desde o início do conflito em 24 de fevereiro.

As declarações de Macron, que mantém o diálogo aberto com Putin, reforçam preocupação já expressa pelo líder francês em março, quando Biden se referiu ao presidente russo como um "açougueiro".

Neste episódio, Macron defendeu que a prioridade é conseguir um cessar-fogo pela diplomacia, acrescentando que, "se quisermos fazer isso, não podemos escalar a linguagem, nem as ações".

Na entrevista ao canal France 2, Macron revelou que terá novas conversas com Putin e Zelensky nos próximos dias.

Le Pen

A candidata do partido Reagrupamento Nacional (RN, extrema-direita) à eleição presidencial francesa, Marine Le Pen, afirmou nesta quarta-feira que o governo e o presidente, o também candidato Emmanuel Macron, "ignoram" o "muro da inflação" que o país vai enfrentar.

"Vamos assistir um grande aumento dos preços e ninguém quer falar sobre isso, há uma forma de negação por parte do governo. Fico surpresa que o presidente da República não fale sobre esta inflação e as medidas que contempla adotar para enfrentá-la", disse Le Pen, durante uma visita a uma empresa nas proximidades de Paris.

Macron, centrista liberal, e Le Pen disputarão o segundo turno da eleição presidencial francesa em 24 de abril, depois que foram os mais votados no primeiro turno do domingo passado.

"Estamos diante de um muro de inflação que está chegando" e que afetará indivíduos e empresas, acrescentou Le Pen.

"Gás, combustível: o aumento dos preços tem consequências catastróficas para o tecido econômico (...) apresento este elemento porque acredito que deve ser considerado quando se fala em geopolítica, assuntos internacionais", acrescentou Le Pen, em referência às sanções contra a Rússia, que está em guerra contra a Ucrânia, apoiadas pela França.

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