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Macron reitera discordância com pacto UE-Mercosul e rejeita seu “mercantilismo”

O impacto do acordo de livre comércio seria “massivo” para os setores agrícolas dos países-membros, disse o presidente francês

Emmanuel Macron, presidente da França, durante discurso na Fiesp (Miguel Schincariol /AFP)
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 12 de dezembro de 2024 às 13h32.

O presidente da França, Emmanuel Macron, reiterou nesta quinta-feira, 12, seu desacordo com o pacto negociado pela Comissão Europeia com o Mercosul e expressou sua rejeição ao que descreveu como o sacrifício da agricultura europeia “ao mercantilismo do século passado”.

O acordo só foi assinado por União Europeia e Mercosul, mas ainda não foi ratificado pelos países-membros, ressaltou Macron em Varsóvia, junto com o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, com quem enfatizou a “convergência” de Polônia e França sobre essa questão.

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O impacto do acordo de livre comércio seria “massivo” para os setores agrícolas dos países-membros, destacou Macron.

“Expressei minha discordância com o acordo da forma como nos foi apresentado e estamos aguardando um esclarecimento da Comissão Europeia”, disse.

Macron pediu “pensamento estratégico” e que não se sacrifique a agricultura europeia “ao mercantilismo do século passado”, mas que se vincule o comércio à proteção do clima, dentro da estrutura da soberania alimentar e agrícola.

Tusk não fez uma declaração, mas no final do último mês já havia anunciado que Varsóvia não aceitaria o acordo UE-Mercosul em sua versão atual, devido ao impacto negativo que teria sobre o setor agrícola polonês.

Em particular, como o primeiro-ministro polonês explicou na época, Varsóvia se opõe ao aumento das cotas alfandegárias para a carne de aves, da qual a Polônia é o maior produtor da Europa, mas também há preocupações sobre o impacto em outros setores, como carne bovina, açúcar e etanol.

O comissário europeu para a Agricultura, Christophe Hansen, disse na segunda-feira que o acordo de associação também beneficia o setor agrícola europeu e que não se trata de um pacto “8 ou 80”.

Após a reunião dos ministros da Agricultura da UE realizada naquele dia em Bruxelas, Hansen destacou que os ministros dos países que rejeitam o acordo têm razão em pedir uma tradução do texto negociado, porque com base nisso poderão julgar melhor os resultados concretos alcançados, mas ressaltou que esse processo pode levar “algum tempo”, já que a adequação legal “não é feita em instantes”.

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