França: Macro alertou para o risco de a segurança da Europa de depender das decisões dos EUA (Michel Euler/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de novembro de 2018 às 11h41.
Paris - A poucos dias da comemoração do centenário do final da Primeira Guerra Mundial, o presidente da França, Emmanuel Macron, alertou que a Europa vive o risco de um desmembramento devido ao nacionalismo, assim como no período entre guerras.
"Estou surpreso com a semelhança entre o momento em que vivemos e o período entre guerras", afirmou o presidente em entrevista publicada nesta quinta-feira no jornal "Ouest France".
Macron lembrou que após o final da Grande Guerra, "a Europa estava dividida pelos medos, o recuo nacionalista e pelas consequências das crises econômicas".
Agora "vemos quase de forma pontual a rearticulação de tudo aquilo que marcou a vida na Europa entre o final da Primeira Guerra Mundial e a crise de 1929", acrescentou.
Diante dessa ameaça, a menos de um ano das eleições europeias, o presidente francês afirmou que é preciso lembrar essa situação, "ser lúcido e saber resistir" com "vigor democrático".
Macron, que no próximo domingo iniciará uma peregrinação por diferentes palcos da Primeira Guerra Mundial no leste e no norte da França, disse que é necessário "tirar as lições" daquele conflito para que a Europa seja "mais soberana e mais multilateral".
"A Europa enfrenta o risco de se desmembrar pelo nacionalismo e ser abalada por potências exteriores. E, por isso, perder sua soberania", afirmou.
Macron alertou para o risco de a segurança da Europa "depender das decisões americanas" de confrontar "uma China cada vez mais presente sobre as infraestruturas essenciais" e "uma Rússia que às vezes tenta manipular".
Sem se esquecer dos "grandes interesses financeiros e dos mercados que superam em algumas ocasiões o lugar que os Estados podem ocupar", disse Macron, que terminará sua jornada memorial no dia 11 de novembro com a tradicional homenagem ao soldado desconhecido no Arco do Triunfo.
Nesta ocasião, para comemorar o centenário, o presidente convidou líderes de todo o mundo, entre eles os de Estados Unidos, Donald Trump, e Rússia, Vladimir Putin.
Após a homenagem, a França organizou um Fórum pela Paz que durará três dias.