A reforma ministerial representa na prática o início do segundo mandato do presidente centrista (Chesnot/Getty Images)
AFP
Publicado em 4 de julho de 2022 às 07h56.
O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta segunda-feira (4) uma reforma do governo enfrentar o segundo mandato, no qual ele terá dificuldades para aplicar sua agenda reformista e liberal depois de perder a maioria absoluta nas eleições legislativas.
Macron não fez mudanças profundas no governo de sua primeira-ministra, Élisabeth Borne, do qual foi afastado o ministro de Solidariedades, Autonomia e Pessoas com Deficiência, Damien Abad, um dos três integrantes do gabinete acusados de estupro.
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A entrada de maior destaque no governo é a de Laurence Boone, atual economista-chefe da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), como nova secretária de Estado para Assuntos Europeus.
Christophe Béchu, atual ministro delegado para as Coletividades Territoriais, assumirá uma das pastas prioritárias, Transição Ecológica, em substituição a Amélie de Montchalin, obrigada a sair depois de sua derrota nas eleições legislativas.
Esta amiga de Macron é um dos três membros do governo que disputaram as eleições e não conseguiram uma cadeira no Parlamento, o que, por força de uma regra não escrita, significa que devem abandonar seus cargos no Executivo.
O médico François Braun assumirá o ministério da Saúde no lugar de Brigitte Bourguignon, em plena sétima onda de contágios da covid-19 na França. A primeira-ministra Borne deseja descongestionar rapidamente os hospitais.
O diretor geral da Cruz Vermelha na França, Jean-Christophe Combe, substituirá Damien Abad como ministro, depois que a justiça abriu uma investigação por tentativa de estupro, acusação que o agora ex-ministro nega.
A secretária de Estado para Desenvolvimento, Francofonia e Associações Internacionais, Chrysoula Zacharopoulou, que também nega as acusações de estupro contra ela no exercício de sua profissão de ginecologista, permanece no cargo.
Assim como o ministro do Interior, Gérald de Darmanin, que também assume as funções de Ultramar. O Ministério Público francês pediu no início do ano o arquivamento de uma denúncia por estupro contra o político.
A reforma ministerial representa na prática o início do segundo mandato do presidente centrista, dois dias antes do discurso de política geral de sua primeira-ministra, e encerra um período de incerteza desde sua reeleição em 24 de abril.
Borne já iniciou com a negociação com a oposição de seu primeiro projeto de lei, um pacote de medidas que pretende proteger o poder aquisitivo e que o governo espera aprovar entre o fim de julho e o início de agosto.
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