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Lula se oferece para mediar crise entre EUA e Venezuela e quer falar com Trump antes do Natal

Presidente mencionou que já ofereceu aos presidentes Donald Trump e Nicolás Maduro a mediação do Brasil para facilitar uma negociação entre os dois países

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião ministerial. Residência Oficial da Granja do Torto (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião ministerial. Residência Oficial da Granja do Torto (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 14h22.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira, 18, que considera urgente o diálogo para resolver a crise diplomática entre os Estados Unidos e a Venezuela. Ele mencionou que já ofereceu aos presidentes Donald Trump e Nicolás Maduro a mediação do Brasil para facilitar uma negociação entre os dois países.

Em meio à crescente tensão entre Washington e Caracas, Lula se disse "à disposição" de ambos os governos e revelou que "possivelmente" conversaria com Trump antes do Natal, para evitar uma "guerra fratricida".

"Estou pensando, antes de chegar o Natal, possivelmente tente conversar com o presidente Trump outra vez para saber o que é possível o Brasil contribuir para que a gente tenha um acordo diplomático e não uma guerra fratricida", afirmou o chefe do Executivo, em coletiva de imprensa.

O presidente também mencionou outras conversas que já teve neste mês com Trump e Venezuela:

"Eu disse para o Trump da preocupação com a Venezuela, que as coisas não se resolveriam dando tiro. Nunca ninguém disse concretamente por que é preciso fazer essa guerra. Não sei se o interesse é no petróleo da Venezuela, nos minerais críticos, nas terras raras. Ninguém coloca na mesa o que quer. Falei para o presidente Maduro que se ele quisesse que o Brasil ajude, ele tinha que dizer o que ele gostaria que a gente fizesse".

Escalada da crise entre EUA e Venezuela

Os atritos entre os Estados Unidos e a Venezuela se intensificaram nas últimas semanas. O governo do presidente Donald Trump anunciou um bloqueio naval "total e completo" a petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela, visando diretamente o petróleo, o principal setor de receita do país. Essa medida faz parte de uma campanha mais ampla de Washington contra o tráfico de drogas, mas também aumentou a pressão sobre Caracas.

Por sua vez, o presidente venezuelano Nicolás Maduro qualificou o bloqueio como uma grave violação do direito internacional, acusando os Estados Unidos de "pirataria" e intervenção imperialista nos assuntos internos da Venezuela. Trump, que não reconhece a legitimidade de Maduro como presidente, já o pressionou a renunciar.

Nesta semana, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um apelo público para que ambas as partes contenham as tensões e tomem medidas para desescalar o conflito, reafirmando a importância de respeitar os princípios do direito internacional e garantir a estabilidade regional.

Na América Latina, líderes expressaram suas preocupações sobre o agravamento das tensões. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, solicitou uma intervenção da ONU para evitar o derramamento de sangue e ofereceu seu país como um espaço neutro para negociações. Chancelarias da China e da Rússia também reiteraram apoio à soberania venezuelana, criticando as ações dos Estados Unidos como um ato de unilateralismo e alertando contra um "erro fatal" que poderia desestabilizar a região.

Em meio a mais um avanço da ofensiva americana contra o regime chavista de Maduro, Trump afirmou em uma publicação nas redes sociais que a Venezuela está "totalmente cercada". O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, também se manifestou, dizendo ao governo venezuelano que o país se opõe à "intimidação unilateral", conforme relatado pela mídia estatal chinesa.

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