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Lula quer igualdade nas negociações sobre clima

Em discurso, presidente brasileiro diz que cada um deveria limpar a sua própria sujeira

Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse em discurso que deverá reafirmar metas de redução da emissão de carbono em conferência no México (.)

Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse em discurso que deverá reafirmar metas de redução da emissão de carbono em conferência no México (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

PORTO ALEGRE - Em um discurso dominado por temas de política externa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, durante sua participação no Fórum Social Mundial na noite de terça-feira, a atuação no Brasil no Haiti e que os interesses dos países pobres devem ser respeitados nas negociações sobre o clima.

"Queremos igualdade de condições e respeito à soberania e aos interesses estratégicos de cada país", disse Lula.

Segundo o presidente, o Brasil estaria "pronto para o debate" sobre o clima e deve reafirmar as metas de redução de emissões de gases e de desmatamento em uma segunda rodada de negociações que deve acontecer ainda este ano no México. O objetivo da nova reunião seria tentar superar o fracasso da COP 15.

Para Lula, todos os países precisam assumir responsabilidade, mas as nações mais desenvolvidas devem arcar com um ônus maior.

"Cada um trate de limpar sua própria sujeira", disse o presidente.

Além da pauta ambiental, o desempenho do Brasil no Haiti também mereceu destaque no discurso presidencial. Lula anunciou que viajará ao Haiti em fevereiro e que a ajuda brasileira deve incluir a construção de unidades de saúde.

"Estamos ensinando ao mundo como uma força de paz pode atuar sem provocar ingerência no país ou praticar violência," disse o presidente.

Em tom de balanço, Lula disse que o último ano de seu governo será dedicado a consolidar políticas públicas e institucionalizar as conferências setoriais como a Conferência de Comunicação e de Direitos Humanos. Ao defender iniciativas que estabelecem mecanismos de participação popular, aproveitou para criticar "pessoas que não gostam de chamar o povo para decidir".

"Tinha gente que imaginava que haveria uma guerra nas conferências, mas foi uma oportunidade para ver qual é o caminho do meio que poderemos construir", disse o presidente.


 É a quinta vez que Lula participa do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Para evitar um possível caráter eleitoral, toda a comitiva ministerial foi excluída do palco. Mesmo assim, o presidente não perdeu a oportunidade de lembrar sua candidata à sucessão.

"Quanto mesmo (será o investimento para cumprir as metas ambientais), Dilminha", dirigindo-se à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), sentada na primeira fileira da audiência.

O evento reuniu cerca de 7 mil pessoas, segundo estimativas da organização. Pouco mais da metade do ginásio Gigantinho foi ocupada, público bem menor que as manifestações tradicionais nas edições anteriores do Fórum.

(Edição de Alexandre Caverni) 

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