Lula: País não pode permitir prejuízo causado por crise
A crise econômica que atinge a Europa e os Estados Unidos não pode afetar o Brasil, segundo o ex-presidente
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2011 às 15h03.
São Paulo - Em discurso para sindicalistas da União Geral dos Trabalhadores (UGT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o Brasil não pode permitir que a crise econômica que atinge a Europa e os Estados Unidos prejudique o País.
"A gente não pode aceitar que os americanos façam o ajuste da sua política fiscal à custa da desvalorização do dólar, o que cria prejuízo para o comércio dos países mais pobres. A gente não pode permitir que a crise venha causar prejuízo para o nosso País", disse Lula durante o Congresso Nacional da UGT, realizado em São Paulo.
Num tom inflamado, Lula culpou os países desenvolvidos pela crise no continente europeu. "Estamos vendo a Espanha, Portugal e Grécia numa situação delicada. É uma crise que não foi causada pelos países pobres, é uma crise causada pelos países ricos. É uma crise surgida não na Bolívia, não na Argentina, no Paraguai ou no Brasil. É uma crise surgida nos Estados Unidos e na Europa", apontou.
Nos 20 minutos de discurso, Lula fez um balanço de seus oito anos de governo, com destaque para a estabilidade econômica e a forma como o Brasil superou a crise internacional. "Enquanto o Obama já está há mais de dois anos sem resolver a crise americana, enquanto a Europa já está há dois anos sem resolver a crise lá, aqui no Brasil nós dissemos que a crise seria uma marolinha, que ia chegar por último e ia embora primeiro. E foi exatamente o que aconteceu", afirmou.
De acordo com o ex-presidente, seu governo fez uma "pequena revolução" no País, ao criar uma nova classe média e tirar milhões de pessoas da miséria. "O que mais encanta o mundo inteiro é que 39 milhões de brasileiros foram para a classe média e 28 milhões saíram da linha da pobreza. Esse é o fato mais inusitado discutido nos debates que eu tenho participado no mundo inteiro. As pessoas querem saber como é que em oito anos você leva 39 milhões a subir de classe", afirmou.
Ovacionado pelos sindicalistas, Lula disse estar orgulhoso por ter feito uma gestão comprometida com os mais pobres. "Eu tenho um olhar meio vesgo para o mais pobre", brincou. Para o ex-presidente, a ascensão social nos últimos anos causa desconforto na elite do País.
"Isso incomoda algumas pessoas, porque agora pobre viaja de avião. Eu fui agora para a Argentina e está cheio de pobre no avião indo para Buenos Aires, indo para o Uruguai, indo visitar os parentes no Maranhão, no Piauí", comentou. "Tem gente que diz: 'Esse Lula é uma desgraça mesmo, até pobre está andando de carro em São Paulo, estão entupindo as ruas!'"
Durante sua participação no evento, Lula causou tumulto por onde passou. Assediado pelos sindicalistas, o ex-presidente parou para tirar fotos e distribuir autógrafos e teve dificuldades para deixar o congresso. Em seu discurso, chegou a descer do palco para abraçar a plateia, dando muito trabalho aos seguranças para tirá-lo dos braços dos sindicalistas.
Copa do Mundo
Mesmo no meio do tumulto, Lula comentou sobre a confirmação da cidade de São Paulo como uma das sedes da Copa de 2014. "Seria impensável São Paulo não ter a abertura da Copa do Mundo. É o Estado mais importante da Federação, o mais rico e o que tem mais futebol", afirmou o presidente, que já conta com a cerimônia de abertura em São Paulo, embora isso ainda não tenha sido oficializado pela Fifa. Lula também rebateu aos críticos que colocam em dúvida a capacidade do País em sediar o evento. "O Brasil tem de ser levado a sério", afirmou.
São Paulo - Em discurso para sindicalistas da União Geral dos Trabalhadores (UGT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o Brasil não pode permitir que a crise econômica que atinge a Europa e os Estados Unidos prejudique o País.
"A gente não pode aceitar que os americanos façam o ajuste da sua política fiscal à custa da desvalorização do dólar, o que cria prejuízo para o comércio dos países mais pobres. A gente não pode permitir que a crise venha causar prejuízo para o nosso País", disse Lula durante o Congresso Nacional da UGT, realizado em São Paulo.
Num tom inflamado, Lula culpou os países desenvolvidos pela crise no continente europeu. "Estamos vendo a Espanha, Portugal e Grécia numa situação delicada. É uma crise que não foi causada pelos países pobres, é uma crise causada pelos países ricos. É uma crise surgida não na Bolívia, não na Argentina, no Paraguai ou no Brasil. É uma crise surgida nos Estados Unidos e na Europa", apontou.
Nos 20 minutos de discurso, Lula fez um balanço de seus oito anos de governo, com destaque para a estabilidade econômica e a forma como o Brasil superou a crise internacional. "Enquanto o Obama já está há mais de dois anos sem resolver a crise americana, enquanto a Europa já está há dois anos sem resolver a crise lá, aqui no Brasil nós dissemos que a crise seria uma marolinha, que ia chegar por último e ia embora primeiro. E foi exatamente o que aconteceu", afirmou.
De acordo com o ex-presidente, seu governo fez uma "pequena revolução" no País, ao criar uma nova classe média e tirar milhões de pessoas da miséria. "O que mais encanta o mundo inteiro é que 39 milhões de brasileiros foram para a classe média e 28 milhões saíram da linha da pobreza. Esse é o fato mais inusitado discutido nos debates que eu tenho participado no mundo inteiro. As pessoas querem saber como é que em oito anos você leva 39 milhões a subir de classe", afirmou.
Ovacionado pelos sindicalistas, Lula disse estar orgulhoso por ter feito uma gestão comprometida com os mais pobres. "Eu tenho um olhar meio vesgo para o mais pobre", brincou. Para o ex-presidente, a ascensão social nos últimos anos causa desconforto na elite do País.
"Isso incomoda algumas pessoas, porque agora pobre viaja de avião. Eu fui agora para a Argentina e está cheio de pobre no avião indo para Buenos Aires, indo para o Uruguai, indo visitar os parentes no Maranhão, no Piauí", comentou. "Tem gente que diz: 'Esse Lula é uma desgraça mesmo, até pobre está andando de carro em São Paulo, estão entupindo as ruas!'"
Durante sua participação no evento, Lula causou tumulto por onde passou. Assediado pelos sindicalistas, o ex-presidente parou para tirar fotos e distribuir autógrafos e teve dificuldades para deixar o congresso. Em seu discurso, chegou a descer do palco para abraçar a plateia, dando muito trabalho aos seguranças para tirá-lo dos braços dos sindicalistas.
Copa do Mundo
Mesmo no meio do tumulto, Lula comentou sobre a confirmação da cidade de São Paulo como uma das sedes da Copa de 2014. "Seria impensável São Paulo não ter a abertura da Copa do Mundo. É o Estado mais importante da Federação, o mais rico e o que tem mais futebol", afirmou o presidente, que já conta com a cerimônia de abertura em São Paulo, embora isso ainda não tenha sido oficializado pela Fifa. Lula também rebateu aos críticos que colocam em dúvida a capacidade do País em sediar o evento. "O Brasil tem de ser levado a sério", afirmou.