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Lula e PT cumprimentam Putin por vitória em reeleição

O texto do PT, assinado pela Secretaria de Relações Internacionais do partido, foi tornado público

Putin: em 2022, presidente enviou uma carta a Lula após a vitória sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (NATALIA KOLESNIKOVA/AFP)

Putin: em 2022, presidente enviou uma carta a Lula após a vitória sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (NATALIA KOLESNIKOVA/AFP)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 21 de março de 2024 às 13h13.

Última atualização em 21 de março de 2024 às 14h13.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) cumprimentaram, por meio de cartas, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pela reeleição. O Palácio do Planalto não divulgou o teor da carta do petista. Em 2022, Putin enviou uma carta a Lula após a vitória sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. O texto do PT, assinado pela secretaria de Relações Internacionais do partido, foi tornado público.

Desde o domingo passado, dia 17, a vitória do líder russo foi contestada por países ocidentais como Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha, que denunciaram que as eleições não foram livres. Os governantes de ditaduras de esquerda como China, Cuba Venezuela e Nicarágua reconheceram a vitória e a saudaram como uma suposta demonstração de apoio popular a Putin.

Em disputa de cartas marcadas, o líder russo conquistou 87% dos votos e assegurou seu quinto mandato de seis anos. Ele vai se tornar o mais longevo a comandar o país, desde o ditador Josef Stalin. O resultado foi anunciado no domingo passado, após a eleição transcorrer num ambiente controlado, sem adversários reais que ameaçassem a vitória de Putin.

Aproximação

Desde o ano passado, Lula deu diversas declarações públicas interpretadas como simpáticas ao Kremlin, como quando disse que os dois lados eram responsáveis pela guerra na Ucrânia e que Putin, se viesse ao Brasil, não seria preso, apesar de ter um mandado do Tribunal Penal Internacional contra si. Ele também evitou recentemente condenar a morte do dissidente russo Alexei Navalni, numa prisão no Ártico.

O PT, por sua vez, divulgou uma nota oficial sobre a vitória de Putin. O partido fora convidado para acompanhar a votação em Moscou. O secretário de Relações Internacionais do partido, Romênio Pereira, disse que acompanhou a votação com "grande interesse" e parabenizou o partido Rússia Unida pelo "resultado expressivo". O comunicado foi enviado ao ex-presidente russo Dmitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia.

"Com uma participação impressionante de mais de 87 milhões de eleitores, representando 77% do eleitorado do país, esse feito histórico ressalta a importância do voto voluntário na Rússia. Renovamos nosso compromisso em fortalecer nossos laços de parceria e amizade, trabalhando juntos rumo a um mundo mais justo, multilateral e plural. Enviamos nossas calorosas saudações à Rússia e seu povo neste momento importante e especial para o país", escreveu Pereira, na segunda-feira, dia 18.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que a reeleição de Putin ocorreu em ambiente doméstico de aparente tranquilidade, em entrevista à rádio CBN. O Itamaraty não divulgou nota sobre a eleição, uma forma comum de reação a processos eleitorais estrangeiros.

Putin usou a eleição como forma de fortalecimento político e, em discurso na Praça Vermelha, afirmou que o território ucraniano da Crimeia "voltou para casa" quando foi anexado em 2014. Já as áreas anexadas no Donbas, após a invasão da Ucrânia, fazem agora parte, segundo ele, da "nova Rússia".

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