Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o ao lado do Presidente do Chile, Gabriel Boric, posam para fotografia oficial, no Salão Azul do Palácio de La Moneda. Santiago (Ricardo Stuckert/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 6 de agosto de 2024 às 07h13.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o "compromisso com a paz" o levou, junto com os presidentes de Colômbia e México, a "conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento" na Venezuela, após as polêmicas eleições presidenciais de uma semana atrás.
“O respeito pela tolerância e pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição”, disse Lula no Palácio de la Moneda (sede do governo chileno), depois de se reunir com o presidente do Chile, Gabriel Boric na segunda-feira, 5.
É a primeira declaração pública de Lula sobre a Venezuela depois que os governos de Brasil, México e Colômbia intensificaram esforços diplomáticos para resolver a crise e pediram às autoridades eleitorais venezuelanas, em comunicado na quinta-feira passada, que divulgassem "rapidamente" os dados "discriminados por seção eleitoral".
"As disputas sobre o processo eleitoral devem ser resolvidas por meio de canais institucionais. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado por meio da verificação imparcial dos resultados", disseram Brasil, México e Colômbia, três países liderados por líderes progressistas.
Na sexta-feira, 2, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano divulgou um segundo e último balanço no qual ratificou a vitória de Maduro com 51,95% dos votos, contra 43,18% do candidato opositor e ex-diplomata Edmundo González Urrutia. Porém, o órgão ainda não divulgou as atas comprovando os resultados.
A oposição e parte da comunidade internacional suspeitam que o governo chavista tenha cometido fraude, e países como Estados Unidos, Argentina, Uruguai e Peru já reconheceram Urrutia como vencedor.
A União Europeia elevou o tom no domingo e disse em um comunicado enviado pelo Conselho Europeu que "sem evidências de apoio" os resultados publicados "não podem ser reconhecidos", embora não tenha proclamado a vitória do ex-diplomata.
Na mesma linha está Boric, o primeiro líder internacional a exigir transparência na divulgação dos resultados e que evitou se referir à crise venezuelana durante declaração pública com Lula.