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Lula diz que índios serão beneficiados por Belo Monte

De acordo com o presidente, área inundada e quantidade de pessoas removidas será menor do que o esperado

Comunidade indígena será beneficiada, e não prejudicada pela construção da usina de Belo Monte, segundo o presidente Lula (.)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

Rio de Janeiro - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que os índios e comunidades que vivem próximo à área da Amazônia onde o Governo pretende construir a gigantesca hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, serão beneficiados pelo projeto, e não prejudicados.

Em seu programa semanal de rádio "Café com o Presidente", o presidente ressaltou que a inundação do local necessária para a represa será muito inferior à inicialmente prevista, que o número de pessoas removidas também será menor do que o calculado anteriormente e que a população local ganhará uma melhor qualidade de vida.

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Dessa forma, Lula respondeu aos inúmeros protestos realizados por índios, ecologistas, ribeirinhos e defensores dos direitos humanos contra a hidrelétrica de Belo Monte, cuja construção foi autorizada na semana passada após ser revogada uma liminar proibitiva.

O presidente alegou que o projeto para a construção de Belo Monte é muito diferente ao que tinha sido planejado há 30 anos. "Tivemos uma redução de 60% na área ocupada pelo reservatório da usina. O lago previsto é 40% daquilo que era previsto anteriormente", assegurou.

"Estamos cuidando da preservação de mais áreas indígenas, Arara da Volta Grande, Xingu e Paquiçamba, que antes seriam atingidas", acrescentou.

Para ele, a realocação de 16 mil pessoas devido à obra mostra que se trata de um projeto modelo. No entanto, segundo os grupos indígenas, os deslocados chegarão a 50 mil.

"Estamos pensando em construir uma hidrelétrica que será modelo. Será uma mostra de que o Brasil continuará construindo hidrelétricas, mas dando importância ao povo brasileiro: vamos cuidar de nossos índios, de nossos produtores rurais, de nossos ribeirinhos", afirmou.

"As pessoas não terão prejuízo, pelo contrário, o que nós queremos é que a hidrelétrica signifique um ganho para essas pessoas, uma melhora na qualidade de vida", assegurou.


Segundo ele, o meio ambiente também não será prejudicado porque o estudo ambiental também foi um modelo e exigiu cinco anos de estudos.

"Eu o que peço é que a sociedade brasileira compreenda o que estamos fazendo. Temos ali um potencial hídrico de praticamente 260 mil megawatts", ressaltou. Para ele, o Brasil abandonar a produção hidrelétrica para utilizar termelétricas a diesel será um "movimento insano" contra todos os esforços ao problema climático.

O presidente disse também que o consórcio licitado para a construção e operação de Belo Monte se comprometeu a cobrar R$ 78 por megawatt/hora gerado.

Segundo Lula, o preço da energia é muito inferior ao de uma usina eólica (R$ 150 por megawatt) e ao de uma usina termelétrica a gás natural (R$ 200 por megawatt).

"Além de ser uma energia hídrica muito barata, trabalharemos para fazer a hidrelétrica da forma mais cuidadosa possível e causar o menor impacto ambiental possível", disse.

A hidrelétrica de Belo Monte, com 11.233 megawatts de potência, será construída a um custo próximo a US$ 10,6 bilhões por um consórcio de nove empresas privadas e a estatal Chesf (controlada pela Eletrobras), que fornecerá cerca de 49% do capital.

A principal queixa dos grupos que se opõem ao projeto é a necessidade de inundar cerca de 500 quilômetros quadrados de floresta, o que obrigará o deslocamento de suas casas do município de Altamira (PA).

Algumas comunidades indígenas anunciaram que pretendem acampar no lugar previsto para o reservatório para evitar sua construção.


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