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Louis C.K. é gravado ironizando sobreviventes de tiroteio em escola

A atitude do comediante americano vazou quase um ano após ele ter admitido que cometeu abusos sexuais

Louis C.K: até sua queda em 2017 era visto como um dos maiores comediantes de sua geração e conhecido por sua visão liberal (Kevin Mazur/Getty Images)
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AFP

Publicado em 31 de dezembro de 2018 às 14h01.

O comediante Louis C.K., cuja carreira caiu em desgraça após admitir uma má conduta sexual, voltou às manchetes depois da divulgação de um áudio no qual faz piada com sobreviventes de um tiroteio escolar e com pessoas não-binárias.

O áudio de dois minutos, postado no Twitter no domingo (30), marca um duro golpe para C.K., que até sua queda em 2017 era visto como um dos maiores comediantes de sua geração e conhecido por sua visão liberal.

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De acordo com um vídeo no YouTube, que mostra apenas fotografias do comediante, onde uma versão estendida do áudio foi originalmente postada, o fato ocorreu em 19 de dezembro.

Não se sabe onde os comentários foram feitos, mas C.K. tem tentado um retorno relativamente discreto nos últimos meses, se apresentando em clubes de comédia de Manhattan e em Paris, onde mora sua nova namorada, a comediante francesa Blanche Gardin.

C.K. começa falando dos jovens atuais, ridicularizando o "politicamente correto" e dizendo que suas vidas são "simplesmente chatas" comparadas às palhaçadas regadas a drogas de sua época.

"São como a realeza, eles dizem a você como chamá-los!", afirma, antes de usar uma voz estridente para simular como as pessoas não-binárias soam, de acordo com ele.

https://twitter.com/MikeLeePearl/status/1079549579291328513

"'Você deve se dirigir a mim como 'elx'/'elxs' ('they/them', em inglês). Porque eu me identifico com o gênero neutro'".

Continuando com sua caricatura vocal para indicar a resposta, continua: "Tudo bem. Você deve se dirigir a mim como 'lá' ('there', em inglês), porque eu me identifico com um local", acrescentando, além disso, que a localização é a genitália de sua mãe.

Depois se volta para os sobreviventes do massacre da escola de Parkland, muitos dos quais se tornaram ativistas pelo controle de armas após o ataque a tiros que deixou 17 mortos.

"Eles testemunham na frente do Congresso, essas crianças? O que elas estão fazendo? Você é jovem! Você devia ser porra-louca! Você devia estar zoando! Não de terno", disse.

"Você não é interessante. Só por que você foi para uma escola onde as crianças foram baleadas? Por que isso significa que eu tenho que te ouvir? Por que isso te faz interessante? Você não levou um tiro. Você empurrou uma criança gorda no caminho e agora eu tenho que ouvir você falando?".

Outra parte do áudio postada pela jornalista suíça Aicha Kottmann apresentou uma versão estendida, na qual ele se refere de forma pejorativa às crianças com dificuldades de aprendizagem.

A carreira de C.K. começou a cair em desgraça em novembro de 2017 depois que ele admitiu que se masturbou na frente de várias mulheres.

Louis C.K. foi deixado pela Netflix, por seu publicitário, pelas emissoras FX e HBO, enquanto um projeto de filme sobre a relação entre um cineasta idoso e uma adolescente foi descartado.

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