Mundo

López Obrador apresenta plano para pacificar México sem disparar balas

País se encontra em espiral de violência alimentada pelo narcotráfico e proposta inclui lei de anistia para perdoar baixos escalões do mundo criminal

López Obrador: esquerdista propôs um enfoque diferente para acabar com uma guerra que levou o país a perder 21 por cento do PIB (Daniel Becerril/Reuters)

López Obrador: esquerdista propôs um enfoque diferente para acabar com uma guerra que levou o país a perder 21 por cento do PIB (Daniel Becerril/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 6 de julho de 2018 às 20h36.

Cidade do México - Uma equipe do presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, apresentou nesta sexta-feira sua proposta para pacificar o país sem disparar mais balas, no momento em que o México se encontra em uma espiral de violência alimentada pelo narcotráfico.

O grupo, encabeçado pela ex-ministra da Corte Suprema Olga Sánchez, que também deve ser a próxima secretaria de Governo (Interior), disse à Reuters --antes do encontro com a imprensa para dar mais detalhes-- que o plano está dentro do marco de um programa integral de justiça transicional.

A proposta inclui não só uma polêmica lei de anistia para perdoar os baixos escalões do mundo criminal, como também uma lei personalizada de redução de pena para quem der informações que permitam capturar os traficantes, e a descriminalização da maconha e papoula, planta a partir da qual se extrai goma de ópio para fabricação da heroína que inunda os Estados Unidos.

"Não será só anistia, será uma lei para reduzir o tempo de prisão, vamos propor a descriminalização, criaremos comissões da verdade, atacaremos as causas da pobreza, daremos bolsas de estudos para os jovens e trabalharemos no campo para tirá-los da situação de drogas", disse Sánchez, uma jurista de 63 anos.

Em 2006, diante da corrupção enraizada das corporações de polícia, o então presidente Felipe Calderón ordenou que o Exército saísse às ruas para combater a delinquência que, longe de ser contida após 12 anos de combate, se fragmentou, fortaleceu e diversificou, deixando cerca de 160 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos.

O esquerdista López Obrador, conhecido como AMLO e que assumirá a Presidência em 1º de dezembro após vencer a eleição no domingo, propôs um enfoque diferente para acabar com uma guerra que levou o país a perder 21 por cento de seu Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, segundo cálculos privados.

A equipe de segurança detalhou mais tarde nesta sexta-feira à imprensa que o plano, que deverá ser tocado imediatamente, inclui também dar um novo foco à segurança, como, por exemplo, frear o crescente tráfico de armas no país, assim como o fluxo de ilícitos.

O indicado à Secretaria de Segurança, Alfonso Durazo, disse que está propondo modificar a operação dos filtros de segurança para frear o tráfico de armas, já que atualmente só são aplicadas na fronteira norte do país, e combater a corrupção em alfândegas, portos e aeroportos.

Acompanhe tudo sobre:MéxicoTráfico de drogasViolência urbana

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia