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Londres descarta controle na fronteira irlandesa após "Brexit"

O Reino Unido recorrerá às novas tecnologias para controlar barreira terrestre que fará a separação do bloco comunitário após este divórcio

Irlanda: Dublin, Londres e Bruxelas concordam que ninguém quer o restabelecimento de uma barreira na Irlanda (Charles McQuillan/Getty Images)
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EFE

Publicado em 15 de março de 2017 às 16h03.

Londres - O governo britânico descartou nesta quarta-feira o estabelecimento de tradicionais postos de controle para vigiar a circulação de bens e pessoas na fronteira com a República da Irlanda quando o Reino Unido abandonar a União Europeia (UE).

Em vez disso, Londres recorrerá às novas tecnologias para controlar a única barreira terrestre que fará a separação do bloco comunitário, além da Espanha com Gibraltar, após este divórcio, segundo explicou o ministro britânico para o "Brexit", David Davis.

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"Não será fácil, vai nos custar dinheiro e teremos que trabalhar muito com a tecnologia para desenvolver controles fronteiriços sem postos de controle, mas isso é o que faremos", declarou o ministro perante um comitê parlamentar.

Esta será uma da questões abordadas durante as negociações sobre os termos do "Brexit", que começarão quando a primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, ativar nos próximos dias o artigo 50 do Tratado de Lisboa.

Dublin, Londres e Bruxelas concordam que ninguém quer o restabelecimento de uma barreira na Irlanda, mas a UE adverte que a livre circulação de bens e serviços também ajuda a de cidadãos, apesar de May querer controlar a imigração para cumprir com as promessas que motivaram, entre outras, o triunfo do "Brexit" na votação de junho do ano passado.

"Tenho certeza que os dois países e a Comissão Europeia resolverão isto porque realmente o queremos, porque a tecnologia de agora é melhor que a de 20 anos atrás e porque todos entendemos o valor que tem", declarou Davis.

O ministro britânico também reiterou que seu governo fará todo o possível para que a saída do bloco não afete o andamento do processo de paz norte-irlandês, que se beneficiou dos recursos europeus nas últimas duas décadas para, por exemplo, programas de reconciliação e reinserção de paramilitares.

A livre circulação entre o norte e o sul da ilha da Irlanda foi natural desde a criação da chamada Área de Circulação Comum (CTA) na década de 1920, embora o conflito passado tenha obrigado desde finais da década de 1960 até 1998 a estabelecer controles policiais e militares para conter a ameaça terrorista.

Além disso, em virtude da chamada Lei da Irlanda, promulgada por Londres em 1949, os cidadãos irlandeses que residem no Reino Unido têm o status de "não estrangeiros" e, embora essa medida possa ser revisada após o "Brexit", Davis afirmou que existem alternativas similares.

"Nosso objetivo é fazer algo muito parecido com a lei de 1949, o que daria, na realidade, direitos de cidadania aos cidadãos de cada país", informou o ministro.

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