Ligas de Itália, Espanha e Inglaterra podem falir
Segundo um relatório da empresa AT Kearney, os altos valores referentes a contratações de jogadores não são sustentáveis
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2013 às 14h29.
Madri - Os campeonatos de futebol de Itália, Espanha e Inglaterra não são sustentáveis economicamente e estão à beira da falência, especialmente devido aos altos valores referentes a contratações de jogadores, segundo um relatório da empresa de consultoria AT Kearney.
De acordo com o relatório, antecipado pelo jornal espanhol "El País", apenas duas das cinco competições analisadas, os Campeonatos Alemão e Francês, contam com uma rentabilidade econômica positiva, de 2% e 1%, respectivamente, enquanto nas outras três é negativa: -12% na Itália, -7% na Espanha e -5% na Inglaterra. A rentabilidade de empresas de outros setores é de, em média, 4%.
De acordo com a AT Kearney, se as ligas italiana, espanhola e inglesa fossem empresas, "em menos de dois anos estariam falidas". Além disso, o relatório explica que "não é absurdo" pensar que alguns clubes podem fechar as portas a médio prazo.
Segundo a análise, estes "maus" resultados econômicos se devem principalmente ao balanço negativo das transferências de jogadores, que subiu para 566 milhões de euros na temporada 2009/2010.
O pior balanço é o do Campeonato Espanhol (-257 milhões de euros), seguido do Campeonato Alemão (-118 milhões) e da Premier League inglesa (-91 milhões).
Nos últimos três anos, o investimento líquido em jogadores feitos por times do Campeonato Inglês chegou a 1 bilhão de euros, e o de equipes da Espanha se aproximou de 600 milhões.
O relatório assegura que Real Madrid e Barcelona permanecem como os clubes que mais investem em contratações de "estrelas" internacionais.
Segundo a AT Kearney, como a escolha dos presidentes dos dois clubes é feita por sócios, iniciativas como realizar grandes contratações são muito mais populares que o aumento do preço dos ingressos ou obtenção de novos patrocinadores.
Ainda de acordo com o relatório, com esta situação econômica, nenhum investidor "economicamente racional" se interessará pelo negócio do futebol.
Na opinião da empresa de consultoria, o futebol alemão é o mais rentável estruturalmente porque os clubes do país souberam aproveitar os investimentos realizados em seus estádios devido à Copa do Mundo de 2006.
O relatório destaca, além disso, que as equipes alemãs investem 100 milhões de euros na formação de novos talentos, reduzindo as despesas com contratações e salários.