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Liga Árabe suspende Síria e ameaça punir o regime; violência continua

A Liga propõe "sanções políticas e econômicas" contra o poder sírio, caso o regime continue a ignorar o plano árabe

Manifestantes sírios protestam contra o regime do residente Bashar al-Assad (Khaled Desouki/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2011 às 15h48.

Cairo - A Liga Árabe anunciou neste sábado a suspensão da Síria da organização e ameaçou Damasco com sanções. A violência no país continuou hoje com a morte de seis civis e nove agentes da segurança durante operações de repressão e confronto, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Esta decisão da Liga foi motivada pelo não cumprimento do plano para saída da crise elaborado pela instituição Pan-árabe.

A Liga decidiu "suspender a participação das delegações sírias nos trabalhos" da organização, uma medida que passa a valer a partir da quarta-feira, segundo um comunicado lido pelo chefe da diplomacia do Qatar, Hamad ben Jassem al-Thani, durante uma reunião ministerial extraordinária no Cairo.

Ele pediu ainda a retirada de todos os embaixadores árabes de Damasco, mas ressaltou que a decisão final caberá a cada Estado membro.

A Liga propõe "sanções políticas e econômicas" contra o poder sírio, caso o regime continue a ignorar o plano árabe, disse, sem dar mais explicações sobre tais medidas.

Esta decisão é "ilegal e contrária ao tratado" da organização, replicou o embaixador sírio na Liga Árabe, Youssef Ahmad, em declarações citadas pela imprensa síria.

Esta atitude "coloca um fim nas ações comuns árabes e prova que a administração (da Liga) segue um programa editado pelos americanos e ocidentais", afirmou Ahmad.

Damasco tinha aceitado, no dia 2 de novembro, o plano que previa o fim da violência, a libertação dos presos, a retirada do exército das cidades e a livre circulação da imprensa, antes da abertura de um diálogo nacional.

A suspensão da adesão da Síria na Liga Árabe era uma das principais reivindicações da oposição síria.

Dezoito países dos 22 membros da Liga, votaram a favor de um pedido para que todas as correntes da oposição "cheguem a um acordo sobre um projeto único para a transição na Síria", acrescentou al-Thani à imprensa.

A Liga Árabe deseja se reunir com todas as correntes da oposição síria durante três dias no Cairo para discutir este assunto, segundo o diplomata.


Antes da Síria, a Líbia, igualmente atingida pela onda de revoltas da Primavera Árabe, foi suspensa no dia 22 de fevereiro dos trabalhos da Liga.

A repressão da revolta popular já fez, segundo a ONU, mais de 3.500 mortos desde meados de março e ainda não diminuiu de intensidade. Nos últimos dez dias, apenas na região de Homs, mais de 120 pessoas morreram.

O regime, que não reconhece a contestação, afirma lutar contra "gangues terroristas" que procuram semear o caos na Síria.

Na sexta-feira, véspera da reunião da Liga Árabe, militantes pró-democracia lançaram uma nova jornada de manifestações sob o slogan: "Pedimos a suspensão da adesão da Síria na Liga Árabe". No total, 25 pessoas foram mortas ontem em diferentes regiões do país, segundo o OSDH.

A organização de defesa dos direitos Humanos, Human Rights Watch (HRW), acusou o regime sírio de "crimes contra a Humanidade" e pediu atitudes firmes da Liga em relação ao país.

"A Liga Árabe deve dizer ao presidente Assad que violar o acordo terá consequências e que ela apoiará uma ação no Conselho de Segurança para acabar com a carnificina", afirmou HRW em um relatório.

Paralelamente, o patriarca ortodoxo russo Kirill chegou em Damasco para uma visita de quatro dias na Síria e no Líbano.

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Cairo - A Liga Árabe anunciou neste sábado a suspensão da Síria da organização e ameaçou Damasco com sanções. A violência no país continuou hoje com a morte de seis civis e nove agentes da segurança durante operações de repressão e confronto, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Esta decisão da Liga foi motivada pelo não cumprimento do plano para saída da crise elaborado pela instituição Pan-árabe.

A Liga decidiu "suspender a participação das delegações sírias nos trabalhos" da organização, uma medida que passa a valer a partir da quarta-feira, segundo um comunicado lido pelo chefe da diplomacia do Qatar, Hamad ben Jassem al-Thani, durante uma reunião ministerial extraordinária no Cairo.

Ele pediu ainda a retirada de todos os embaixadores árabes de Damasco, mas ressaltou que a decisão final caberá a cada Estado membro.

A Liga propõe "sanções políticas e econômicas" contra o poder sírio, caso o regime continue a ignorar o plano árabe, disse, sem dar mais explicações sobre tais medidas.

Esta decisão é "ilegal e contrária ao tratado" da organização, replicou o embaixador sírio na Liga Árabe, Youssef Ahmad, em declarações citadas pela imprensa síria.

Esta atitude "coloca um fim nas ações comuns árabes e prova que a administração (da Liga) segue um programa editado pelos americanos e ocidentais", afirmou Ahmad.

Damasco tinha aceitado, no dia 2 de novembro, o plano que previa o fim da violência, a libertação dos presos, a retirada do exército das cidades e a livre circulação da imprensa, antes da abertura de um diálogo nacional.

A suspensão da adesão da Síria na Liga Árabe era uma das principais reivindicações da oposição síria.

Dezoito países dos 22 membros da Liga, votaram a favor de um pedido para que todas as correntes da oposição "cheguem a um acordo sobre um projeto único para a transição na Síria", acrescentou al-Thani à imprensa.

A Liga Árabe deseja se reunir com todas as correntes da oposição síria durante três dias no Cairo para discutir este assunto, segundo o diplomata.


Antes da Síria, a Líbia, igualmente atingida pela onda de revoltas da Primavera Árabe, foi suspensa no dia 22 de fevereiro dos trabalhos da Liga.

A repressão da revolta popular já fez, segundo a ONU, mais de 3.500 mortos desde meados de março e ainda não diminuiu de intensidade. Nos últimos dez dias, apenas na região de Homs, mais de 120 pessoas morreram.

O regime, que não reconhece a contestação, afirma lutar contra "gangues terroristas" que procuram semear o caos na Síria.

Na sexta-feira, véspera da reunião da Liga Árabe, militantes pró-democracia lançaram uma nova jornada de manifestações sob o slogan: "Pedimos a suspensão da adesão da Síria na Liga Árabe". No total, 25 pessoas foram mortas ontem em diferentes regiões do país, segundo o OSDH.

A organização de defesa dos direitos Humanos, Human Rights Watch (HRW), acusou o regime sírio de "crimes contra a Humanidade" e pediu atitudes firmes da Liga em relação ao país.

"A Liga Árabe deve dizer ao presidente Assad que violar o acordo terá consequências e que ela apoiará uma ação no Conselho de Segurança para acabar com a carnificina", afirmou HRW em um relatório.

Paralelamente, o patriarca ortodoxo russo Kirill chegou em Damasco para uma visita de quatro dias na Síria e no Líbano.

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