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Líderes latinos tentam afastar fantasma de golpe no Equador

Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado se limitou a dizer que os EUA estão "acompanhando de perto"

Policiais e militares tomaram ruas, quartéis e até o aeroporto internacional de Quito para protestar (.)

Policiais e militares tomaram ruas, quartéis e até o aeroporto internacional de Quito para protestar (.)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2010 às 21h19.

Santiago - Vários governos da América Latina condenaram na quinta-feira o protesto de policiais e militares no Equador, e preparam ofensivas diplomáticas para afastar o fantasma de um golpe de Estado no país exportador de petróleo.

Policiais e militares tomaram ruas, quartéis e até o aeroporto internacional de Quito para protestar contra uma lei de austeridade com a qual o presidente Rafael Correa pretende reduzir os gastos públicos.

Enquanto o país mergulhava rapidamente no caos, o presidente de esquerda, atingido por gás lacrimogêneo, se refugiou em um hospital, de onde denunciou uma tentativa de golpe de Estado e declarou estado de exceção.

"Estão tentando derrubar o presidente Correa. Em alerta, povos da Aliança Bolivariana! Em alerta, povos da Unasul! Viva Correa!", bradou pelo Twitter o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado se limitou a dizer que os Estados Unidos estão "acompanhando de perto" a situação no Equador.

Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu a possibilidade de acionar a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), um grupo regional de segurança. Os governos de Argentina, Chile e Colômbia também aventaram essa possibilidade.

Funcionários argentinos disseram à Reuters que presidentes sul-americanos chegarão durante a noite a Buenos Aires para discutir o assunto, atendendo a uma convocação da presidente Cristina Kirchner e do marido dela, Néstor Kirchner, que é secretário-geral da Unasul.

Estão confirmadas as presenças dos presidentes Chávez, Evo Morales (Bolívia) e Sebastián Piñera (Chile), segundo seus respectivos gabinetes. O governo brasileiro será representado pelo ministro interino das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, pois o chanceler Celso Amorim está no Haiti.

O presidente peruano, Alan García, disse que chanceleres de várias nações sul-americanas irão a Quito manifestar respaldo a Correa.
 


Em reunião extraordinária, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou em Washington uma moção de apoio ao governo do Equador, rechaçando qualquer tentativa de desestabilização da ordem constitucional.

O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, disse que pretende participar de quaisquer reuniões presidenciais ou ministeriais que sejam realizadas em apoio de Correa, para "mostrar que o hemisfério está unido em torno disso."

"Temos de tentar que esse golpe de Estado não se consume, e da melhor maneira possível, atuando muito rapidamente e de maneira unânime."

Governos de esquerda da região sugeriram que a direita equatoriana teve envolvimento na sublevação, e alguns inclusive levantaram suspeitas contra os Estados Unidos.

"Essa é uma nova tentativa de evitar pela força e pela violência, como ocorreu em Honduras (onde houve golpe em 2009), o imparável crescimento da mudança revolucionária em toda a América Latina", disse em nota o boliviano Morales.

O regime comunista cubano desafiou os norte-americanos a se pronunciarem sobre os incidentes em Quito. "Uma omissão os tornaria cúmplices da tentativa de golpe de Estado", disse o chanceler Bruno Rodríguez a jornalistas.

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