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Líderes britânicos apresentam oferta à Escócia

Três principais líderes políticos britânicos apresentaram sua oferta de mais poderes para a Escócia


	Bandeiras do Reino Unido (E) e da Escócia: 4,2 milhões de pessoas devem votar
 (Simon Dawson/Bloomberg)

Bandeiras do Reino Unido (E) e da Escócia: 4,2 milhões de pessoas devem votar (Simon Dawson/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 13h42.

Edimburgo - Os três principais líderes políticos britânicos apresentaram por escrito, nesta terça-feira, sua oferta de mais poderes para a Escócia, dois dias antes do crucial referendo de independência.

"O juramento". Com este título, e na primeira página do jornal escocês Daily Record, o primeiro-ministro conservador, David Cameron, seu aliado governamental, o liberal Nick Clegg, e o líder da oposição trabalhista, Ed Miliband, se comprometem a iniciar o processo de ampliação de competências na sexta-feira.

"O Parlamento escocês é permanente e os novos vastos poderes serão concedidos por um processo e um calendário acordado por nossos três partidos, começando em 19 de setembro", um dia após o referendo de independência, caso os escoceses votem "não".

"Estamos de acordo que o Reino Unido existe para garantir oportunidades e segurança para todos, compartilhando nossos recursos de maneira igualitária entre as quatro nações", Inglaterra, Irlanda do Norte, Gales e Escócia, prossegue o texto.

"As pessoas querem mudanças. A vitória do 'não' traria mudanças melhores, mais seguras e mais rápidas que a separação", acrescenta o documento estampado com a assinatura dos três líderes.

Um porta-voz da campanha a favor da independência respondeu à oferta e afirmou que "a única maneira de garantirmos que a Escócia conquistará todos os poderes de que precisa é votando 'sim' na quinta-feira".

Na quinta-feira, 4,2 milhões de pessoas com mais de 16 anos residentes na Escócia devem comparecer às urnas para decidir se a nação do norte se tornará independente, o que acabaria com 307 anos de união com o restante do Reino Unido.

Com as pesquisas mostrando uma disputa muito acirrada, com uma leve vantagem aos partidários do "não" que é inferior ao grande número de indecisos - 17%, segundo as estimativas - as campanhas redobram as ofertas e promessas de prosperidade.

As apostas, uma instituição britânica que reflete tanto o estado de ânimo quanto qualquer pesquisa, já apontam o "sim" como vencedor.

A pressão está mais forte do lado de Cameron, para quem uma derrota poderia custar a carreira política, enquanto Alex Salmond, líder do independentista Partido Nacional Escocês (SNP), acordará na sexta-feira como pai fundador de uma Escócia independente ou chefe de um governo regional com mais poderes.

The Herald toma partido

Quando Salmond negociou o referendo em 2012, sua ideia era oferecer uma terceira opção nas cédulas de votação, a de maior autonomia, mas a ideia foi rejeitada por Londres.

Nesta terça-feira, o venerável jornal escocês The Herald - fundado em 1783 - se posicionou em um editorial e pediu o "não", como já havia feito o jornal The Scotsman.

O Herald está convencido de que "se tivesse sido oferecida mais autonomia nas cédulas, (esta opção) teria vencido".

Para o Herald, "a dura verdade é que a independência acarreta riscos consideráveis com a promessa de benefícios incertos".

"Ao invés de jogar assim com o bem-estar da Escócia, nossa nação tem a possibilidade de optar por mudanças transformadoras mediante uma maior autonomia dentro do Reino Unido", afirma o editorial.

Turismo político

O referendo atraiu à Escócia turistas políticos de toda parte, e a presença de catalães em Edimburgo é significativa nestes dias.

A prefeita de Figueres, Marta Felip, do partido nacionalista catalão Convergencia i Unió, que exige poder realizar um referendo de independência como o escocês, está no país.

"Tínhamos alguns dias de férias, não conhecíamos a Escócia, e decidimos vir ver o referendo", explicou à AFP.

Felip queria assistir aos comícios e na segunda-feira fez uma visita turística organizada por lugares emblemáticos do movimento a favor da independência.

"Sinto inveja do debate sobre a independência que existe aqui", explicou, lamentando o fato do governo espanhol de Mariano Rajoy não conceder a possibilidade de votar sobre a secessão.

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